STJD Denuncia Árbitro e VAR de Juventude x Inter: Entenda a Polêmica e Possíveis Punições

A atenção do cenário esportivo se volta, mais uma vez, para a qualidade da arbitragem no Campeonato Brasileiro. Em um desdobramento significativo, a Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) protocolou uma denúncia formal contra o árbitro e o responsável pelo VAR do confronto entre Juventude e Internacional, que culminou em um empate por 1 a 1 no Estádio Alfredo Jaconi, em 27 de setembro. Este movimento surge após intensas reclamações do time da casa e um posterior reconhecimento de falhas por parte da Comissão Nacional de Arbitragem da CBF.

Os profissionais em questão são Matheus Delgado Candançan (FIFA/SP), que atuou como árbitro principal, e Diego Pombo Lopez (VAR-FIFA/BA), encarregado da arbitragem de vídeo. A denúncia aponta omissões e equívocos que, segundo a Procuradoria, macularam a regularidade da disputa, levantando questões sobre a eficácia dos protocolos de revisão e a responsabilidade dos envolvidos.

CBF Reconhece Falhas Cruciais em Lances Determinantes

A controvérsia ganhou contornos ainda mais sérios com a revelação de que, em reunião realizada em 29 de setembro com representantes do Juventude, a própria Comissão Nacional de Arbitragem da CBF teria admitido um "erro grave" na condução da partida. Tal reconhecimento contrasta diretamente com a súmula oficial do jogo, na qual Candançan registrou que "nada houve de anormal", sem mencionar qualquer intercorrência além do resultado final.

Entre os lances que motivaram a insatisfação do Juventude e a subsequente denúncia do STJD, destaca-se uma jogada capital ocorrida aos 29 minutos do segundo tempo. O atacante Ênio, da equipe mandante, foi derrubado na área por Bruno Tabata, do Internacional . Apesar da clareza do contato, o árbitro principal optou por não assinalar a penalidade máxima, e o VAR, surpreendentemente, não interveio para revisar a decisão de campo.

Outro incidente que figura na denúncia da Procuradoria refere-se à conduta do jogador Victor Gabriel, do Internacional . Em uma falta cometida sobre Caíque, do Juventude, a decisão do árbitro foi de aplicar apenas um cartão amarelo. Contudo, a Comissão de Arbitragem da CBF, em sua análise posterior, teria concordado que a infração justificava a aplicação de um cartão vermelho, denotando mais um erro de avaliação que impactou o andamento da partida.

As Implicações da Denúncia do STJD para a Arbitragem

A base legal para a denúncia da Procuradoria contra Matheus Delgado Candançan e Diego Pombo Lopez reside no artigo 259 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). A acusação imputa aos dois profissionais a responsabilidade por "deixarem de observar regras da modalidade em lances notoriamente equivocados, como reconhecido pela Comissão de Arbitragem da CBF". Essa formulação reforça a gravidade dos fatos, uma vez que os erros foram validados pela própria entidade reguladora da arbitragem nacional.

O procurador Tairone Messias explicitou a finalidade do processo, enfatizando que o objetivo não é alterar resultados de campo, mas sim promover a responsabilização funcional. "O julgamento não busca anular gols ou pênaltis, mas apenas afirmar a responsabilização funcional de árbitros e VARs por condutas que macularam a regularidade da competição. Preserva-se, assim, a lógica para o competitione, sem instaurar instabilidade nos resultados de campo", declarou Messias, sublinhando a importância da integridade processual para a credibilidade do esporte.

Com a denúncia formalizada, os dois profissionais envolvidos deverão ser submetidos a julgamento no STJD em data a ser oportunamente definida. Caso sejam condenados pelas infrações apontadas, as sanções previstas são severas, variando de uma suspensão de 30 a 360 dias. Este episódio lança luz sobre a pressão e a necessidade de excelência na arbitragem, especialmente em um campeonato de tamanha visibilidade como o Brasileirão.