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Retrospectiva Inter 2025: Título Gaúcho e o Milagre de Abel Braga
Por Redação FutInter em 24/12/2025 05:12
O encerramento da temporada de 2025 deixa no torcedor colorado um sentimento misto, onde o alívio prevalece sobre a euforia. Embora o Internacional tenha quebrado um incômodo jejum estadual logo no primeiro semestre, o restante do ano foi marcado por decisões equivocadas e um desempenho técnico que flertou perigosamente com o desastre no Campeonato Brasileiro.
A salvação veio pelas mãos de um velho conhecido. Abel Braga precisou interromper sua aposentadoria para assumir o comando técnico nas duas rodadas finais, quando o clube ocupava a zona de degola. Após um revés por 3 a 0 diante do São Paulo, o Beira-Rio foi palco de uma vitória tensa por 3 a 1 contra o Bragantino. O resultado, combinado com tropeços de concorrentes diretos, garantiu a permanência do Inter na elite nacional.
A gestão do futebol, no entanto, foi alvo de severas críticas devido à instabilidade no banco de reservas. O ano começou com Roger Machado, que não resistiu aos resultados negativos no certame nacional e à derrota no clássico Gre-Nal 448. Na sequência, a aposta em Ramón Díaz e seu filho Emiliano mostrou-se ineficaz; a dupla argentina deixou o Beira-Rio com um aproveitamento pífio de apenas 35,90% após sofrerem uma goleada acachapante de 5 a 1 para o Vasco.
Instabilidade Técnica e o Desempenho dos Treinadores
Para entender a oscilação do Internacional em 2025, é necessário observar os números e a rotatividade no comando da equipe. A tabela abaixo detalha a passagem dos profissionais que tentaram organizar o elenco ao longo das competições:
| Treinador | Contexto da Saída | Aproveitamento / Nota |
|---|---|---|
| Roger Machado | Demitido após derrota no Gre-Nal 448 | Foco no título gaúcho |
| Ramón Díaz | Demitido após goleada em São Januário | 35,90% de aproveitamento |
| Abel Braga | Missão cumprida na última rodada | Garantiu a permanência |
Além dos problemas táticos, episódios extracampo beiraram o surrealismo e geraram desconforto na arquibancada. Durante a 35ª rodada, em um confronto decisivo contra o Santos, o sistema de som do estádio reproduziu a faixa ?Descer pra BC?, da dupla Brenno e Matheus. O refrão que diz ?nós vai descer? soou como uma provocação involuntária para um time que lutava desesperadamente para não cair.
Fracassos em Copas e o Incidente do Papel Picado
As expectativas criadas após o título gaúcho foram frustradas por eliminações precoces nos torneios eliminatórios. Na Copa do Brasil, o algoz foi o Fluminense, que superou o Colorado em pleno Beira-Rio. Já na Conmebol Libertadores, o Internacional parou novamente nas oitavas de final, sendo derrotado pelo Flamengo tanto no Rio de Janeiro quanto em Porto Alegre.
O duelo contra os cariocas no Beira-Rio ficou marcado por um erro logístico bizarro. Uma chuva de papel picado, planejada para ser uma festa, acabou cobrindo o gramado em tal volume que impediu o início imediato do jogo. O árbitro Esteban Ostojich teve que aguardar 21 minutos para que funcionários retirassem o material com redes. A bola, colada aos papéis, tornou-se um símbolo da desorganização que resultou na demissão de dois colaboradores do clube no dia seguinte.
Apesar do cenário turbulento no segundo semestre, o torcedor ainda guarda a lembrança positiva do mês de abril. Após um hiato de quase nove anos sem erguer o troféu do Rio Grande do Sul, o Inter reconquistou o Gauchão. A vitória sobre o Grêmio na final não apenas encerrou a seca de títulos, mas também impediu que o maior rival alcançasse o octacampeonato consecutivo.
O Peso Histórico do Título Estadual de 2025
A conquista estadual teve contornos históricos por preservar um recorde exclusivo do Internacional : o de único clube a vencer oito títulos gaúchos seguidos, feito alcançado na década de 70. Ao bater o Grêmio com um placar agregado de 3 a 1, o Colorado reafirmou sua hegemonia local, embora o brilho dessa vitória tenha sido ofuscado pela sequência desastrosa no Campeonato Brasileiro.
O ano de 2025 termina como uma lição sobre planejamento. Se por um lado o clube mostrou força para encerrar jejuns e sobreviver a momentos de pressão extrema com o retorno de ídolos como Abel Braga, por outro, evidenciou que erros administrativos e trocas constantes de comando podem cobrar um preço alto demais. O desafio para a próxima temporada será transformar o alívio da permanência em uma estrutura sólida para voos mais altos.
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