Ramón Díaz no Inter: Pior Início da Gestão Barcellos Revelado

A atual temporada do Internacional tem sido marcada por uma série de desafios, e o comando técnico, sob a batuta de Ramón Díaz, alcançou um patamar pouco invejável. O treinador argentino detém o início de trabalho menos eficaz dentre todos os comandantes que atuaram sob a presidência de Alessandro Barcellos. Em sua dezena inicial de compromissos, a equipe ostenta um aproveitamento de apenas 33,3%.

A chegada do técnico argentino à capital gaúcha ocorreu após a saída de Roger Machado, com a incumbência de revitalizar um elenco afetado por resultados insatisfatórios e eliminações dolorosas. Contudo, após o período inaugural de dez partidas, o registro aponta apenas duas vitórias, quatro empates e quatro reveses, com um saldo de nove gols pró e dez contra. Neste recorte específico, seu rendimento é o mais modesto.

A Dinâmica dos Bancos: A Gestão Barcellos em Perspectiva

Ramón Díaz também enfrenta uma fase recente desfavorável, sem triunfar há cinco duelos. Após o recente empate contra o Bahia, o vice-presidente de futebol, José Olavo Bisol, reiterou a confiança do departamento no atual comando técnico, afastando a possibilidade de alterações para as rodadas finais do campeonato.

? Nós acreditamos na comissão técnica. Entendemos que vem fazendo um trabalho de evolução e hoje (sábado) isso foi demonstrado em campo. Não temos a pretensão de fazer qualquer tipo de modificação neste momento ? declarou o dirigente.

Alessandro Barcellos, eleito para os mandatos de 2021-2023 e reeleito para 2024-2026, iniciou sua jornada presidencial com Abel Braga, que deixou o cargo após o vice-campeonato brasileiro de 2020, finalizado em 2021 devido à pandemia. Desde então, a atual administração contratou um total de sete técnicos: Miguel Ángel Ramírez, Diego Aguirre, Alexander "Cacique" Medina, Mano Menezes, Eduardo Coudet, Roger e, por fim, Ramón Díaz. Apenas Mano Menezes e Roger Machado superaram a marca de um ano no Beira-Rio sob a égide do mandatário, com Mano permanecendo por um ano e três meses, sendo o período mais extenso. Roger, o mais recente a ser desligado, foi o único a conquistar um troféu, encerrando um jejum de quase nove anos com o Gauchão desta temporada.

Foto: (Ricardo Duarte/Internacional)

Desempenho Comparado: Os Primeiros Dez Jogos de Cada Comandante

Para uma compreensão mais profunda, apresentamos o desempenho inicial de cada técnico na gestão Barcellos, com foco nos seus primeiros dez confrontos.

Trajetórias Iniciais: A Performance Individual dos Técnicos

O primeiro escolhido pela atual diretoria foi o espanhol Miguel Ángel Ramírez, reconhecido por seu êxito no Independiente Del Valle. Sua passagem começou de forma promissora, mas a derrota na final do Gauchão para o Grêmio e a eliminação precoce na Copa do Brasil contra o Vitória selaram seu destino. Deixou o clube em junho de 2021. Em seus dez jogos iniciais, registrou seis vitórias, um empate e três derrotas, com vinte gols marcados e seis sofridos, alcançando um aproveitamento de 73,33%.

Em sua segunda passagem pelo Internacional (a primeira foi em 2015), o uruguaio Diego Aguirre assumiu o posto. Seus dez primeiros jogos renderam um aproveitamento de 36,66%, com duas vitórias, cinco empates e três derrotas, sete gols marcados e nove sofridos. O desempenho insatisfatório e a ausência de progressão da equipe levaram à sua saída ao término da temporada.

Contratado em dezembro de 2021, o uruguaio Alexander "Cacique" Medina teve um começo de trabalho considerado mediano. Com quatro vitórias, três empates e três derrotas em dez jogos, e um aproveitamento de 50%, a campanha irregular e o empate diante do Guaireña pela Sul-Americana foram cruciais para sua demissão em abril de 2022.

Mano Menezes, por outro lado, trouxe um período de maior estabilidade. Nos dez primeiros jogos, obteve quatro vitórias e seis empates, resultando em 60% de aproveitamento, com quinze gols marcados e sete sofridos. Ele foi o primeiro técnico da gestão Barcellos a permanecer por mais de um ano, mas foi desligado em julho de 2023, após uma série de resultados abaixo do esperado. A cúpula diretiva interpretou que o técnico poderia extrair mais do potencial do elenco .

Retornando ao clube em julho de 2023, o argentino Eduardo Coudet, nome de confiança da direção, teve em sua segunda passagem (a primeira em 2020) um desempenho de três vitórias, três empates e quatro derrotas nos primeiros dez jogos, totalizando 40% de aproveitamento. Embora tenha guiado o Internacional até as semifinais da Libertadores naquele ano, sendo eliminado pelo Fluminense, sua demissão ocorreu em meio à disputa com o Juventude na Copa do Brasil do ano seguinte.

Anunciado em julho de 2024, após ter eliminado o próprio Inter na Copa do Brasil, Roger Machado demonstrou um início promissor. Contudo, não suportou a pressão após as eliminações nas oitavas de final da Libertadores e da Copa do Brasil. Em seus dez jogos iniciais, somou três vitórias, cinco empates e duas derrotas, com 46,66% de aproveitamento. A virada sofrida no Gre-Nal 448 foi o estopim para sua saída.