Ramón Díaz e a Busca por Equilíbrio: Inter Muda Táticas para Sobreviver no Brasileirão

Desde sua chegada ao comando técnico do Internacional, há pouco mais de um mês, a dupla argentina Ramón e Emiliano Díaz imprimiu uma filosofia de trabalho inconfundível no clube gaúcho. A comissão técnica tem promovido uma reestruturação profunda em todos os setores da equipe, caracterizada por uma variação tática incessante, que se manifesta não apenas entre uma partida e outra, mas frequentemente dentro dos próprios noventa minutos de jogo. O confronto recente contra o Fluminense, disputado no sábado (25) no Maracanã, serviu como um exemplo contundente dessa abordagem, com o Colorado exibindo três esquemas distintos ao longo da partida.

Essa estratégia audaciosa visa encontrar um patamar de equilíbrio e consistência indispensável para a reta final do Campeonato Brasileiro. O objetivo primordial é afastar o time da incômoda zona de rebaixamento, após uma temporada severamente marcada por uma instabilidade crônica e evidentes falhas na concepção do elenco.

A Nova Ordem Tática de Ramón Díaz no Internacional

A adaptabilidade tem sido a palavra de ordem. Contra o Fluminense, o Internacional iniciou o duelo em um 4-3-1-2. A linha defensiva era composta por Bruno Gomes, Mercado, Juninho e Victor Gabriel. O meio-campo contava com Luis Otávio, Thiago Maia e Bruno Henrique, enquanto Alan Patrick atuava na articulação das jogadas, municiando a dupla de ataque formada por Carbonero e Vitinho.

Contudo, diante de um desempenho insatisfatório, a comissão técnica não hesitou em realizar ajustes ainda no primeiro tempo. A equipe foi reorganizada para um 3-5-2, com Clayton Sampaio, Mercado e Juninho formando a trinca de zagueiros. Benítez e Vitinho assumiram as alas, e o ataque passou a ter Carbonero e Borré. Após a equipe sofrer o gol, o treinador promoveu uma nova modificação, alterando o sistema para um 4-3-3, intensificando a presença ofensiva com Carbonero, Borré e Vitinho atuando na frente.

Abaixo, uma visão detalhada das mudanças táticas observadas no jogo contra o Fluminense:

Foto: (Rodrigo Coca/Agência Corinthians)

O Laboratório Tático Contra o Fluminense: Três Rostos em 90 Minutos

A figura de Vitinho exemplificou a versatilidade exigida pelos Díaz: o jogador iniciou como atacante, foi reposicionado para a ala esquerda e concluiu a partida atuando como ponta-direita. Essa mobilidade extrema é um reflexo direto da incessante busca da comissão técnica por soluções imediatas, ainda que o time demonstre uma notável ausência de um padrão de jogo definido.

A troca constante de formações, embora intrinsecamente arriscada, constitui uma das características mais marcantes da metodologia de trabalho da família Díaz. Essa mesma abordagem já havia sido implementada em passagens por outros grandes clubes, como Corinthians, Vasco e o Al Hilal, da Arábia Saudita. A estratégia subjacente é extrair o máximo potencial de um elenco que, em diversos momentos, se mostra limitado em termos de opções e profundidade.

A Versatilidade Forçada e a Busca por um Padrão Defensivo

Para o próximo embate, que será disputado contra o Atlético-MG no domingo (2), às 18h30, no Beira-Rio, a expectativa é que o Internacional retome o esquema 3-5-2. Este sistema tático é visto como favorável ao retorno de Bernabei, que estará à disposição após cumprir suspensão. Bernabei oferece um ímpeto ofensivo significativo pelo lado esquerdo, embora sua presença exija uma cobertura defensiva contínua e atenta.

Com a adoção desse sistema, o Internacional já conseguiu emplacar duas vitórias consecutivas em seus domínios. A esperança é que o desempenho se repita para superar o Galo, em um confronto que se desenha como um duelo direto crucial na batalha para escapar do rebaixamento.