Pressão Cresce: Sócios do Inter Exigem Saída de Barcellos. O Presidente Responde!

O Cenário Político no Internacional: A Pressão sobre Barcellos

O ambiente político no Sport Club Internacional se intensifica com a crescente mobilização de parte de seu quadro social. Um movimento de sócios busca a destituição do atual presidente, Alessandro Barcellos, antes do término de seu mandato, que se estende até o final de 2026. A iniciativa, que ganhou força nas últimas semanas, coloca em pauta a estabilidade da gestão e os mecanismos estatutários do clube para lidar com tais contestações.

Em resposta às manifestações, o próprio dirigente abordou o assunto, afirmando não ter recebido formalmente o abaixo-assinado que pleiteia sua saída. Barcellos, contudo, assegurou que qualquer iniciativa que respeite as normas do estatuto colorado será devidamente confrontada. Ao mesmo tempo, expressou preocupação com a instabilidade política que tais ações podem acarretar para a instituição.

O movimento ganhou visibilidade quando um sócio do clube iniciou um abaixo-assinado com o objetivo de remover o presidente. Até o momento, a petição já angariou mais de 2.200 adesões, superando o número mínimo exigido para que a questão seja levada adiante, conforme as regras internas do Internacional .

Barcellos e a Defesa da Estabilidade Institucional

Em sua manifestação pública, Alessandro Barcellos ponderou sobre as implicações de um processo de desligamento presidencial fora dos ritos estabelecidos. Ele enfatizou a necessidade de base legal e formal para qualquer tipo de contestação, alertando para os riscos de se criar um ambiente de permanente insegurança política.

? Não tive acesso a essa informação, mas se estiver dentro das regras do jogo, terá que ser enfrentada com as regras do jogo. Qualquer movimento que seja feito tem que ter embasamento legal e formal. Senão, você vai colocar o clube em uma insegurança política para sempre, porque toda vez que tiver um resultado ruim, você vai fazer um processo e aí qual é a estabilidade que você cria, política e jurídica, para um clube do tamanho do Internacional? ? ponderou Barcellos.

A preocupação do presidente reside na potencial fragilização da governança do clube. Ele argumenta que a facilidade em iniciar processos de destituição a cada resultado esportivo desfavorável comprometeria a capacidade do Internacional de planejar e executar projetos de longo prazo, minando a confiança e a solidez institucional.

Mecanismos Estatutários para a Saída do Presidente

O estatuto do Internacional prevê três caminhos distintos para que o presidente do clube deixe o cargo antes do término de seu mandato. Estes mecanismos são fundamentais para entender a legalidade e a viabilidade da atual movimentação dos sócios.

Para que o pedido de sócios seja formalmente apreciado, é necessário que o abaixo-assinado reúna um número de assinaturas equivalente a 1/25 (ou 4%) dos votantes da última eleição presidencial. No caso do Inter, isso corresponde a 1.065 sócios. Uma vez atingido esse patamar, o pedido é encaminhado para análise do Conselho Deliberativo, que tem a prerrogativa de convocar uma assembleia geral para que todos os associados votem diretamente sobre a questão.

Próximos Passos do Movimento e Cenários Futuros

Apesar de o movimento já ter alcançado o número mínimo de assinaturas necessárias, as informações indicam que, até o presente momento, o Conselho Deliberativo não recebeu qualquer pedido formal. A concretização da solicitação é um passo crucial para que o processo avance e, caso todos os requisitos sejam cumpridos, a convocação de uma assembleia geral para apreciação do tema se tornaria uma possibilidade real.

Se o Conselho de Gestão for afastado, o estatuto estabelece que uma nova eleição deve ser organizada pelo Conselho Deliberativo em um prazo de 30 dias. Esta eleição ocorreria em etapa única, e o novo presidente eleito assumiria o cargo para cumprir apenas o período restante do mandato atual, que se estende até o final de 2026.

Rejeição à Renúncia e o Apelo por Continuidade

Alessandro Barcellos também abordou a hipótese de uma renúncia voluntária, descartando veementemente essa possibilidade. O dirigente defendeu a manutenção da estabilidade como um fator essencial para que o clube consiga superar os desafios inerentes ao futebol profissional e à gestão de uma instituição de grande porte.

? É possível se fazer uma transição conturbada num ano difícil de remobilização do departamento de futebol? Eu acho que não. Nós vamos mais ganhar com um debate que pode se estender seis, sete meses, onde a eleição está daqui a 10 meses? Eu acho que não ? afirmou.

A visão de Barcellos é clara: uma transição abrupta e conturbada em um momento estratégico para o departamento de futebol seria prejudicial. Ele argumenta que a abertura de um longo debate político, com uma eleição já prevista para daqui a menos de um ano, não traria benefícios ao clube, mas sim um período de incertezas e interrupções que poderiam comprometer o planejamento e a performance esportiva.