O Fervor Argentino Chega ao Inter: Análise da Estreia de Ramón e Emiliano Díaz

O tão aguardado debute de Ramón Díaz e seu filho Emiliano à frente do Internacional no Beira-Rio não culminou na vitória esperada. O empate em 1 a 1 com o Corinthians, pela 26ª rodada do Brasileirão 2025, expôs vulnerabilidades defensivas e um ataque que ainda busca fluidez. Contudo, a presença dos argentinos à beira do campo foi marcante, demonstrando uma sintonia e um comprometimento que não passaram despercebidos, apesar do placar aquém do desejado.

Desde os primeiros instantes, a dupla Díaz reimprimiu uma energia intensa na área técnica. Ramón, inicialmente mais contido, saudou os presentes antes de se entregar à partida, lamentando prontamente uma oportunidade perdida por Alan Patrick nos minutos iniciais. Emiliano, por sua vez, exibia uma postura mais vibrante, evidenciada pela frustração ao ver Hugo Souza interceptar um chute de Luis Otávio.

A dinâmica entre pai e filho intensificou-se após o gol de Gui Negão. Observava-se uma troca constante de ideias, com Emiliano frequentemente mais efusivo, enquanto Ramón também manifestava sua insatisfação de forma veemente. A alternância de protagonismo na área técnica foi uma constante; após a anulação de um gol de Hugo, o treinador principal optou por sentar, permitindo que seu auxiliar assumisse a linha de frente. A irritação com a arbitragem foi palpável, culminando em um cartão amarelo para Emiliano por reclamação no encerramento do primeiro tempo.

A Presença Intensa dos Díaz no Campo Colorado

O intervalo trouxe não apenas uma alteração tática, com a entrada de Mercado no lugar de Romero, mas também uma mudança visual na comissão técnica. Os paletós foram substituídos por trajes esportivos: Emiliano vestiu o agasalho completo do clube, enquanto Ramón preferiu apenas o casaco. A intensidade, no entanto, permaneceu inalterada. Emiliano era visto em diálogos constantes com o pai e aproveitando cada paralisação para direcionar jogadores como Carbonero, Borré, Bruno Henrique e Alan Patrick .

Curiosamente, durante a morosa análise do VAR, Ramón Díaz manteve uma notável serenidade, hidratando-se, em contraste direto com a exaltação de Dorival Júnior diante da marcação do pênalti. Este momento sublinhou a diferença de temperamento entre os dois treinadores, mesmo sob pressão.

A sinceridade que marcou a coletiva pós-jogo foi notável. A dupla manteve o revezamento nas respostas, com Ramón preferindo o espanhol e Emiliano demonstrando fluência em português, ainda que mesclado com sua língua nativa. Questionado sobre a substituição de Alan Patrick , Emiliano não hesitou em admitir:

Foi um erro nosso tirá-lo. Acho que o Alan não tinha que sair. Falamos com ele, erramos. Tínhamos que baixar um pouco mais o Alan e botar outro meia.

Sinceridade Pós-Jogo e o Desafio dos Resultados

Essa gestão compartilhada entre pai e filho conta com o apoio da diretoria. Contudo, é evidente que o método de trabalho ainda demanda tempo para se consolidar e apresentar os frutos desejados. O Internacional , por sua vez, encontra-se em uma situação onde a urgência por resultados positivos é inegável.

A próxima oportunidade para reverter o cenário e buscar a primeira vitória sob o comando da Família Díaz será no próximo sábado, às 18h30, novamente no Beira-Rio, contra o Botafogo. A expectativa da torcida é que a energia e a movimentação incessante da nova comissão técnica se traduzam em três pontos e em uma merecida celebração no gramado.