Negociação de Vitão com Flamengo trava e Inter busca solução financeira

O planejamento financeiro do Internacional para o ciclo de 2025 depende diretamente da capacidade do clube em converter seus ativos em receita. Atualmente, a diretoria colorada trabalha com uma meta de arrecadação de R$ 160 milhões em negociações de atletas, tendo alcançado, até o momento, a marca de R$ 130 milhões. Nesse contexto, a transferência do zagueiro Vitão é vista como o movimento crucial para selar o equilíbrio das contas e garantir o cumprimento das projeções orçamentárias.

Apesar da relevância estratégica da venda, o defensor de 25 anos permanece em um limbo contratual. Embora o jogador seja peça fundamental no esquema tático atual, a proximidade do fim de seu vínculo, que expira em dezembro de 2026, pressiona o clube gaúcho. Caso não seja negociado agora, Vitão poderá assinar um pré-contrato com qualquer outra equipe na metade do próximo ano, o que resultaria em uma perda patrimonial significativa para o Colorado, que deixaria de lucrar com um de seus principais valores.

Metas orçamentárias pressionam a diretoria do Internacional

Os detalhes financeiros da operação com o Flamengo já haviam sido alinhavados. O acordo envolveria o perdão da dívida referente à contratação de Thiago Maia, somado a uma compensação financeira que elevaria o pacote total para cerca de 10 milhões de euros ? aproximadamente R$ 65 milhões na cotação vigente. A tabela abaixo detalha os números que envolvem a necessidade de venda do clube:

Entretanto, o que parecia um desfecho iminente sofreu uma interrupção abrupta. O entrave não reside nos valores destinados aos clubes, mas sim em divergências sobre o pagamento de comissões. A introdução de um novo intermediário por parte do Flamengo nas conversas gerou um profundo descontentamento no estafe de Vitão , paralisando o progresso das tratativas burocráticas. Esse ruído na comunicação transformou uma negociação avançada em um cenário de incerteza.

O conflito de agentes e o recuo do Cruzeiro

A condução do processo pelo Internacional também apresenta contornos de desgaste. Antes de priorizar o Rubro-Negro, o Colorado já havia sinalizado positivamente para uma proposta do Cruzeiro. O zagueiro chegou a estar verbalmente acertado com a equipe mineira, mas a mudança de postura da gestão gaúcha, que optou por avançar com o clube carioca, mudou o rumo da história. Diante da nova prioridade do Inter, a Raposa decidiu se retirar formalmente da disputa, deixando o caminho livre para os cariocas.

Mesmo com o Cruzeiro fora do páreo, a situação está longe de uma resolução simples. O imbróglio causado pela troca de agentes nas negociações criou uma barreira ética e financeira que o Flamengo ainda não conseguiu transpor. Enquanto as partes não chegam a um consenso sobre a divisão das fatias destinadas aos representantes, o Internacional observa de longe, ciente de que o tempo joga contra os seus interesses financeiros imediatos.

Dilemas esportivos e o futuro do defensor

No campo das possibilidades, o desejo do atleta também exerce influência. Vitão reconhece a vitrine que o Flamengo representa no cenário atual do futebol brasileiro, mas pondera sobre o espaço que terá no elenco. No Rio de Janeiro, a disputa por uma vaga entre os titulares é considerada extremamente acirrada. Por outro lado, o cenário projetado anteriormente no Cruzeiro indicava que ele teria a confiança de Tite e surgiria como o nome ideal para compor o setor defensivo ao lado de Fabrício Bruno.

Diante da estagnação das conversas, a permanência de Vitão no Beira-Rio para o restante da temporada não está descartada. Embora sua saída seja a solução preferencial da diretoria para atingir as metas de lucro, o zagueiro continua sendo um dos pilares técnicos da equipe. A questão agora é saber se o Internacional conseguirá mediar o conflito entre os agentes e o Flamengo ou se terá que buscar novas alternativas para não ver seu planejamento financeiro de 2025 comprometido pela falta de uma assinatura definitiva.