Libertadores: Por Que o Duelo Inter x Flamengo Será Diferente da Derrota no Beira-Rio

A decisão de escalar um elenco alternativo em uma partida do Campeonato Brasileiro, onde cada ponto é vital, beira o irracional. É uma afronta direta ao torcedor que adquire seu ingresso, uma concessão desnecessária ao adversário. O exemplo do atleta Alan Patrick, sequer relacionado para o confronto, é emblemático dessa postura que desafia a compreensão.

Essa estratégia se materializou no recente embate no Beira-Rio, onde o Flamengo superou o Internacional por 3 a 1, em um confronto que, à primeira vista, pareceu desequilibrado. Contudo, a facilidade com que o resultado foi construído serve como uma cortina de fumaça, obscurecendo a verdadeira natureza do embate que se avizinha pela Copa Libertadores.

O cenário para o próximo desafio continental será radicalmente distinto. Teremos os principais nomes colorados em campo, um Beira-Rio em sua capacidade máxima, a imperiosa necessidade de um triunfo e uma atmosfera de pressão palpável. A manutenção da liderança no certame nacional, apesar da derrota, é uma obrigação, não um feito a ser celebrado, especialmente quando alcançada com tamanha displicência.

A Conturbada Atuação Colorada no Brasileirão

Desde os instantes iniciais da partida pelo Campeonato Brasileiro, o Internacional demonstrou a intenção de pressionar a saída de bola do adversário. No entanto, essa tática foi rapidamente desmantelada. Aos seis minutos, Pedro já havia inaugurado o placar, e com apenas onze minutos de jogo, o mesmo atacante ampliou a vantagem, estabelecendo um 2 a 0 que desestabilizou por completo a equipe gaúcha. A partir desse momento, o Rubro-Negro carioca assumiu o controle absoluto do confronto, com liberdade para orquestrar suas jogadas e, inclusive, a oportunidade de dilatar ainda mais o marcador, optando, contudo, por uma gestão mais conservadora da posse de bola.

Apesar do vasto tempo restante de jogo e da evidente necessidade de uma reviravolta, a resposta do Internacional no intervalo foi surpreendente em sua inércia. O técnico Roger Machado optou por não realizar substituições, limitando-se a solicitar um aumento na intensidade da marcação no setor intermediário. Essa diretriz, paradoxalmente, incentivou o Flamengo a recuar suas linhas, priorizando os contra-ataques. Em um momento crucial, quando o Internacional finalmente buscava intensificar suas ações ofensivas e se preparava para efetuar as esperadas alterações, o time visitante, que já havia promovido a entrada de Plata no lugar de Pedro, desarticulou a defesa colorada na entrada da área. Plata, com precisão, finalizou à esquerda do goleiro Anthoni, selando o 3 a 0.

O Desfecho da Partida e a Gênese do Gol de Honra

Com a vantagem consolidada, o lado rubro-negro iniciou suas próprias substituições, uma indicação clara de que a vitória estava assegurada. As trocas se sucederam de ambos os lados, e o ritmo do jogo diminuiu consideravelmente. O Internacional , diante de um placar tão adverso, precisaria de um feito quase milagroso para reverter a situação, enquanto o Flamengo aguardava apenas o apito final.

Ainda assim, o Flamengo, por vezes, demonstra uma peculiaridade em sua defesa, não conseguindo impedir totalmente que o adversário vaze suas redes. Foi nesse contexto que Borré, nos acréscimos, marcou o gol de honra do Internacional . Esse tento, mesmo que tardio, serviu como um lembrete sutil: apesar da nítida disparidade entre o elenco principal do Flamengo e os reservas colorados, conquistar uma vitória no Beira-Rio, mesmo em condições atípicas, não é uma tarefa tão trivial quanto a goleada inicial poderia sugerir.

O confronto do último domingo, portanto, deve ser compreendido como um prelúdio enganoso. A verdadeira batalha, com tudo em jogo e os protagonistas em cena, aguarda o aprazer da Libertadores, onde a história será, sem dúvida, escrita de uma forma completamente diferente.

Gols da Partida: Um Resumo Cronológico