Internacional vacila, empata com Santos e se afunda na briga contra a degola no Brasileirão

No palco do Beira-Rio, o Internacional não conseguiu converter sua superioridade inicial em uma vitória fundamental, cedendo um empate por 1 a 1 ao Santos. Este resultado, longe de ser um mero percalço, adiciona uma camada de complexidade alarmante à já tensa disputa contra o descenso no Campeonato Brasileiro. A performance colorada, marcada por uma profusão de oportunidades desperdiçadas, contrasta agudamente com a perspicácia tática do adversário, que soube aproveitar as intervenções pontuais de seu comando técnico.

A etapa inaugural do confronto foi um testemunho claro do domínio gaúcho. Com Alan Patrick inaugurando o marcador, o time do Internacional parecia ter encontrado o caminho para uma vitória tranquila. O gol do camisa 10 desestabilizou por completo a equipe santista, que, sem capacidade ofensiva, não conseguiu sequer finalizar a gol antes do intervalo. Contudo, a ineficácia na frente do gol se tornou um fantasma persistente, impedindo que o placar refletisse a hegemonia colorada. Em um lance emblemático, a meta defendida por Brazão foi salva por duas intervenções da trave, em sequência, mantendo o Peixe na partida por um fio de sorte.

Desperdício no Beira-Rio: A Falta de Pontaria Colorada

A melhora dos anfitriões culminou na abertura do placar. Alan Patrick , com paciência e precisão, finalizou a primeira investida real do Internacional . A jogada, iniciada com um passe diagonal de Mercado para Borré, que tabelou com Alan Rodríguez e tocou de peito, encontrou o camisa 10 em posição ideal para fuzilar e superar Brazão, estabelecendo o 1 a 0. Este momento, contudo, longe de ser o prenúncio de uma goleada, expôs a fragilidade na conversão de chances.

Após o gol, o Internacional impôs uma verdadeira blitz ofensiva, empurrado pelo fervor de sua torcida. A meta santista foi incessantemente martelada, com o adversário acuado e sob forte pressão. O revés, entretanto, residiu na crônica falta de pontaria. Aguirre, Borré e Vitinho, em sequência, pecaram na finalização, desperdiçando oportunidades que poderiam ter consolidado uma vantagem inalcançável. O Santos, por sua vez, demonstrou uma impotência ofensiva notável, sem conseguir sequer um chute a gol antes do intervalo, com tentativas isoladas como as de Robinho Jr se esvaindo em erros de posse.

O panorama do confronto sofreria uma reviravolta decisiva no segundo tempo. A inteligência tática do comando adversário se manifestou através de três substituições cirúrgicas: João Schmidt, Barreal e Guilherme foram acionados, substituindo Zé Rafael, Victor Hugo e Robinho Jr. Essas alterações, inicialmente, permitiram ao Peixe avançar no campo rival, embora ainda sem concretizar finalizações.

Aos dezesseis minutos da etapa complementar, o Santos, enfim, conseguiu seu primeiro chute a gol, e este veio acompanhado da recompensa do empate. A jogada, gestada integralmente pelos jogadores recém-introduzidos, demonstrou a eficácia das mudanças. Guilherme, pela ponta esquerda, recebeu de João Schmidt, superou Borré e lançou para Barreal. O camisa 22, com um domínio preciso no peito e uma finalização de categoria, superou Rochet, igualando o placar em 1 a 1.

A Virada Tática de Vojvoda e a Reação Santista

A igualdade no marcador transformou por completo a dinâmica do embate no Beira-Rio. O jogo, que antes pendia para um lado, ganhou em equilíbrio e velocidade, com boas chances sendo criadas por ambos os lados. Alan Patrick , em cobrança de falta, foi parado por Brazão, enquanto o Peixe ameaçou com Thaciano e Bontempo, evidenciando um confronto mais aberto e com oportunidades para os dois conjuntos até o apito final.

O desfecho do confronto tem implicações diretas na intrincada batalha contra o rebaixamento. O Internacional , ao somar 41 pontos, permanece na 15ª posição, uma margem apertada em relação aos concorrentes diretos. A vitória do Vitória na rodada eleva sua pontuação para 39, posicionando-o logo atrás do Colorado. O Santos, embora tenha conquistado um ponto vital, não conseguiu sair da zona de rebaixamento, estacionando nos 38 pontos, na 17ª colocação, antes da antepenúltima rodada do campeonato.

A Batalha Pela Permanência: O Cenário do Brasileirão

A próxima jornada do Brasileirão reserva desafios cruciais para ambas as equipes na sexta-feira. O Internacional terá um embate direto contra o Vasco, no Rio de Janeiro, às 19h30, um confronto que pode definir o futuro de ambos. Duas horas mais tarde, o Santos receberá o Sport, o lanterna da competição, em um jogo igualmente decisivo para suas aspirações de permanência na elite.

O confronto, válido pela 35ª rodada do Campeonato Brasileiro, ocorreu em 24 de novembro de 2025, às 21h30 (horário de Brasília), no Beira-Rio, em Porto Alegre (RS). A arbitragem ficou a cargo de Davi De Oliveira Lacerda, auxiliado por Marcia Bezerra Lopes Caetano e Douglas Pagung, com Caio Max Augusto Vieira no VAR. Cartões amarelos foram aplicados a Mayke e Thaciano do Santos. Os gols foram de Alan Patrick para o Internacional , aos 20 minutos do primeiro tempo, e Barreal para o Santos, aos 16 minutos do segundo tempo.

As escalações foram: INTER: Rochet ; Aguirre (Bruno Henrique), Vitão, Mercado e Bernabei; Thiago Maia, Bruno Gomes, Alan Rodriguez (Gustavo Prado) e Alan Patrick ; Vitinho e Borré (Ricardo Mathias). Técnico: Ramón Díaz. SANTOS: Gabriel Brazão; Mayke, Adonis Frías, Luan Peres e Escobar (Souza); Arão, Zé Rafael (João Schmidt) e Victor Hugo (Barreal); Rollheiser (Bontempo), Thaciano e Robinho Jr (Guilherme). Técnico: Juan Pablo Vojvoda.