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Internacional na Libertadores: Análise da Vitória e Classificação Soberana
Por Redação FutInter em 28/05/2025 21:12
O confronto mais aguardado desta semana nas competições sul-americanas culminou em um desfecho favorável para a equipe gaúcha. O Internacional, em uma exibição de notável virada, superou o Bahia na noite desta quarta-feira, em seu próprio estádio, o Beira-Rio, e, em um feito ainda mais significativo, assegurou a primeira posição no desafiador Grupo F da Copa Libertadores. Este feito foi complementado pela derrota do Atlético Nacional em Montevidéu, um resultado que pavimentou o caminho do Colorado. Por outro lado, o Esquadrão, ao terminar na terceira colocação, terá de disputar o playoff da Copa Sul-Americana, um revés para suas ambições.
Mesmo diante da conveniência de um empate para garantir sua passagem à próxima fase, o time colorado não demonstrou qualquer inclinação a negociar a intensidade de sua postura em campo. A equipe chegou a ver o adversário assumir a dianteira no placar, fruto de uma melhora do Bahia no segundo tempo, mas evidenciou uma noite de maior consistência em comparação ao seu oponente. A volta de Borré, após um hiato de 32 dias sem pisar nos gramados, foi marcada por um retorno triunfal, culminando no gol da virada. Vitinho, por sua vez, também deixou sua assinatura nas redes adversárias, consolidando a vitória.
A Combatividade Colorada e a Liderança Assegurada
A determinação do Internacional em impor seu ritmo foi palpável desde o apito inicial. Apesar de a oportunidade mais clara da etapa inicial ter sido do Bahia, o controle da partida até o intervalo pertenceu incontestavelmente aos donos da casa. A equipe conseguiu aplicar uma pressão eficaz na saída de bola do Esquadrão. Embora não tenha resultado em um número expressivo de desarmes próximos à área rival, a estratégia foi bem-sucedida em bloquear as opções de passe do time baiano, forçando-os a tentar progressões com lançamentos longos. O Colorado, por sua vez, soube neutralizar essas investidas e orquestrar contra-ataques velozes na sequência.
Wesley emergiu como a principal fonte de ímpeto ofensivo para o Internacional . Iniciando suas ações pela direita, onde construiu uma promissora jogada em conjunto com Aguirre, ele posteriormente se deslocou para a esquerda na metade do primeiro tempo. Foi nesse setor que o jogador protagonizou o lance de maior perigo para o time vermelho nos primeiros 48 minutos, embora o chute de Alan Patrick, após a bola ser rebatida por Marcos Felipe para a entrada da área, tenha sido mal executado.
Pouco antes, Wesley já havia se beneficiado de uma interceptação precisa de Vitão para servir Borré na área, mas o colombiano finalizou por cima. Mesmo com um mês de inatividade, o camisa 19 demonstrava vitalidade, auxiliando Alan Patrick na pressão sobre os zagueiros do Bahia e buscando espaços para receber passes na área. Gustavo Prado também exibiu mobilidade, enquanto os laterais ofereciam apoio em momentos estratégicos, conferindo dinamismo ao ataque colorado.
Estratégias em Campo: Os Onze Iniciais e Suas Implicações
Para o embate, Roger Machado optou pelo retorno de Borré ao comando do ataque, uma aposta que se mostraria decisiva. A substituição do lesionado Victor Gabriel por Juninho foi outra escolha notável, assim como a escalação de Gustavo Prado para compor a linha de frente ao lado de Wesley e Alan Patrick . Thiago Maia permaneceu no banco de reservas, pronto para ser acionado. Do lado do Bahia, Rogério Ceni confiou em Willian José como centroavante, com Lucho Rodriguez iniciando entre os suplentes.
Abaixo, a configuração tática inicial de ambas as equipes:
Internacional | Bahia |
---|---|
Anthoni | Marcos Felipe |
Bustos | Gilberto |
Vitão | David Duarte |
Mercado | Kanú |
Bernabei | Luciano Juba |
Fernando | Rezende |
Bruno Henrique | Caio Alexandre |
Alan Patrick | Jean Lucas |
Gustavo Prado | Cauly |
Wesley | Erick Pulga |
Borré | Willian José |
O Desenrolar Tático e os Gols Decisivos
O Tricolor baiano, por sua vez, exibiu uma deficiência que tem se manifestado com frequência em suas campanhas recentes: a incapacidade de converter a posse de bola em efetividade ofensiva. Antes do intervalo, a equipe manteve a bola por mais tempo, mas raramente ameaçou a meta adversária. A troca de passes concentrava-se no campo de defesa ou, no máximo, até a intermediária colorada, com seus talentosos meio-campistas movimentando a bola sem, contudo, demonstrar agressividade ao se aproximar da área. A pressão sobre a bola, apesar de um posicionamento defensivo adequado, nem sempre era eficaz, concedendo aos gaúchos liberdade para se aproximar da área sem grande oposição.
A única chance real de contragolpe para o Bahia na primeira etapa resultou na melhor finalização do período. Cauly, após receber de Erick Pulga, percorreu o campo e deixou Jean Lucas em posição privilegiada, mas o chute foi para fora. Uma oportunidade desperdiçada que nasceu de um escanteio favorável ao Internacional , sublinhando a ineficácia baiana.
No retorno do intervalo, Vitinho foi acionado no lugar de Gustavo Prado , mas a postura do Internacional , tanto na marcação quanto na agressividade com a posse, permaneceu inalterada. Do lado do Bahia, contudo, houve uma notável mudança na objetividade, impulsionada pelos deslocamentos de Caio Alexandre e Jean Lucas para a ponta-esquerda. Luciano Juba também se soltou mais em direção ao ataque, e as jogadas começaram a surgir com maior frequência.
Em uma dessas investidas, Willian José recebeu um cruzamento rasteiro de Erick Pulga e finalizou com força. O rebote de Anthoni foi aproveitado por Jean Lucas, que marcou, evidenciando uma superioridade do Esquadrão pelo lado esquerdo do ataque, algo raro no primeiro tempo. Vitinho e Aguirre, naquele momento, pouco puderam fazer para conter o avanço.
A resposta do Internacional foi imediata e categórica. Quatro minutos após sofrer o gol, o time não permitiu que o desânimo se instalasse. Vitão lançou diretamente, David Duarte rebateu a bola nos pés de Alan Patrick na entrada da área, que prontamente tocou para Bruno Henrique servir Vitinho . O chute rasteiro encontrou o canto direito de Marcos Felipe, selando o empate. Pouco depois do gol, o Colorado enfrentou um revés com a lesão de Bernabei, que foi substituído por Ramon. Thiago Maia também entrou em campo, no lugar de Bruno Henrique .
As primeiras alterações de Ceni no Bahia incluíram a entrada de Ademir no lugar de Cauly, que foi sacado antes da metade do segundo tempo. Posteriormente, o apagado Everton Ribeiro deu lugar a Michel Araújo. O camisa 10, visivelmente, sentiu o impacto do campo pesado devido à forte e persistente chuva que caía em Porto Alegre, limitando sua performance.
O Colorado chegou a ser ameaçado por um potente chute de Luciano Juba da entrada da área, mas a equipe retomou a intensidade nas subidas de marcação após os 30 minutos finais. Novamente, conseguiu criar oportunidades a partir dessa pressão, e de forma mais decisiva. Wesley , recebendo pela esquerda após interceptações precisas de Fernando, cruzou na medida exata para Borré, que finalizou com maestria, selando a virada no placar.
Rogério Ceni, buscando reverter o quadro, realizou suas últimas substituições, introduzindo Acevedo, Kayky e Lucho Rodriguez nas vagas de Caio Alexandre, Jean Lucas e Willian José, respectivamente. Contudo, foi o Internacional quem esteve mais próximo de ampliar, com Alan Patrick invadindo a área e chutando por cima com grande perigo.
O Legado da Partida: Desempenho e Perspectivas Futuras
O Bahia, apesar de não se render facilmente e pressionar até o apito final, forçando Anthoni a uma defesa importante em finalização forte de Michel Araújo dentro da área, pagou o preço de sua pouca objetividade durante grande parte da partida. Para uma equipe que necessitava de uma vitória no Beira-Rio, a falta de contundência ofensiva foi um fator determinante.
A performance do Internacional , marcada pela resiliência e a capacidade de reação, valida sua permanência na Libertadores. A equipe demonstrou não apenas a qualidade técnica de seus jogadores, mas também uma solidez tática e mental que será crucial nas fases eliminatórias. O Bahia, por sua vez, deve refletir sobre a necessidade de transformar posse de bola em oportunidades reais, um desafio persistente que o acompanhará na Sul-Americana.
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