Internacional: Empate com Santos expõe fragilidades e exige reflexão

O resultado de 1 a 1 entre Internacional e Santos, no Beira-Rio, pela 35ª rodada do Brasileirão, transcende a mera frustração de um ponto perdido. Ele se manifesta como um sintoma claro de uma equipe que demonstra uma alarmante inconsistência, além de um preocupante descompasso entre o potencial evidente e a execução prática em campo. A expectativa gerada por um período de doze dias de preparação intensa, por exemplo, deveria ter se traduzido em uma performance dominante e sustentável.

Contudo, o que se viu foi apenas uma fração desse potencial, limitada aos primeiros 45 minutos. Durante esse lapso inicial, o time exibiu imposição, proposição e uma compactação notável, características de uma equipe que poderia ter construído uma vantagem mais sólida do que o solitário gol que marcou. Era a oportunidade de consolidar uma liderança e ditar o ritmo da partida, mas a chance foi desperdiçada.

A Queda Inexplicável Pós-Intervalo

De maneira surpreendente e alarmante, o Colorado retornou dos vestiários com uma completa alteração em sua abordagem estratégica. O ritmo da partida foi deliberadamente reduzido, a equipe recuou para sua própria metade do campo, e a tática passou a ser a de especular sobre possíveis equívocos do oponente. Tal estratégia, além de passiva, subestimou a capacidade de reação do Santos, que, sem muito a perder, soube capitalizar as alterações promovidas em seu elenco.

O Santos, por sua vez, já havia atingido seu patamar mínimo de desempenho e, com as substituições realizadas, conseguiu revigorar seu jogo. A entrada de Barreal, que culminou no gol de empate sem que houvesse qualquer falha atribuível à atuação do goleiro Rochet, foi o ponto de inflexão da partida. A partir desse momento, a performance do Internacional deteriorou-se em todos os pilares fundamentais do futebol.

Um Futuro Incerto e Desafiador

A equipe sucumbiu emocionalmente, taticamente, tecnicamente e fisicamente, incapaz de esboçar qualquer reação. A ausência de uma resposta digna de um time com suas aspirações é um indicativo preocupante de uma fragilidade interna que precisa ser urgentemente endereçada. O Internacional , ao invés de reagir, desandou, expondo suas vulnerabilidades mais profundas.

A trajetória atual do clube no campeonato é, sem meias palavras, constrangedora. A perspectiva das próximas duas rodadas, ambas disputadas longe de seus domínios, contra Vasco e São Paulo, aponta para um cenário desafiador que exigirá uma reviravolta profunda na postura e no desempenho da equipe. Os confrontos que se aproximam serão um verdadeiro teste para a capacidade de superação do elenco e da comissão técnica.