Internacional 2005: A Reivindicação do Título do Brasileirão e a Máfia do Apito

Uma antiga reivindicação no cenário futebolístico brasileiro ganha novos e vigorosos contornos no Sport Club Internacional. Um coletivo de conselheiros do clube gaúcho deu início a uma mobilização, solicitando que a diretoria colorada encaminhe um expediente formal tanto à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) quanto ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). O objetivo é claro: obter o reconhecimento oficial do Internacional como legítimo campeão do Campeonato Brasileiro de 2005.

O documento que formaliza essa demanda foi subscrito por Leonardo Aquino, líder do "Movimento Sangue Colorado". A iniciativa surge como uma resposta direta às recentes revelações do ex-árbitro Edílson Pereira de Carvalho, que concedeu depoimentos contundentes ao documentário "Máfia do Apito", veiculado no Sportv.

No decorrer da série documental, o ex-juiz detalha a manipulação de resultados de partidas e, de forma categórica, afirma que, não fosse pelas interferências indevidas, o Internacional teria erguido a taça daquela edição do Brasileirão.

O Testemunho Chocante da Máfia do Apito

As palavras de Edílson Pereira de Carvalho são o epicentro dessa reabertura do debate. Sua confissão, veiculada publicamente, serve como o principal pilar para a argumentação do Movimento Sangue Colorado.

"Eu mudei o campeão brasileiro. Sem a Máfia do Apito o campeão seria o Internacional", disse Edílson Pereira.

A argumentação do Movimento não se restringe à confissão do ex-árbitro. Eles também criticam veementemente a forma como o STJD agiu na época, ao anular, de maneira que classificam como "genérica", onze partidas do Campeonato Brasileiro de 2005. Segundo os conselheiros, essa anulação foi feita sem uma análise individualizada de cada caso, resultando em situações onde equipes que supostamente seriam beneficiadas acabaram por perder seus jogos, o que, para eles, evidenciou a inconsistência do processo.

Falhas Cruciais da Arbitragem e a Anulação Polêmica

Além da questão das anulações, os dirigentes do Internacional fazem questão de rememorar um episódio específico que, em sua visão, ilustra as arbitragens questionáveis daquele certame: a partida do Colorado contra o Corinthians, disputada no Pacaembu. O lance em questão envolveu o jogador Tinga, onde um suposto pênalti não foi assinalado, seguido de uma expulsão que consideram injusta.

O comunicado oficial do Movimento Sangue Colorado detalha a percepção desse lance:

"No Pacaembu, mais um golpe: pênalti claro em Tinga ignorado, expulsão injusta na sequência e erro admitido pelo próprio árbitro", relatou o Movimento Sangue Colorado.

Essa sequência de eventos, somada à confissão de Edílson Pereira de Carvalho, reforça a convicção de que houve um comprometimento grave da lisura da competição, impactando diretamente o desfecho do campeonato daquele ano.

A Reivindicação por Justiça e Verdade Desportiva

O requerimento protocolado pelo "Movimento Sangue Colorado" sintetiza as aspirações do grupo, solicitando que o Internacional , por meio de sua diretoria, formalmente demande à CBF e ao STJD a revisão daquele desfecho. Os pontos centrais da petição são claros e diretos:

a) O reconhecimento oficial do título de 2005;

b) A defesa da verdade desportiva e a reparação histórica.

Em um cenário onde a memória esportiva é frequentemente revisitada e a busca por uma "justiça histórica" ganha força, o Movimento Sangue Colorado busca não apenas um título, mas a validação de um sentimento que, para muitos torcedores e observadores, já é um "consenso popular: o legítimo campeão de 2005 é o Sport Club Internacional ."