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Internacional 1x1 Santos: Erros Cruciais Deixam o Colorado à Beira do Abismo

Por Redação FutInter em 25/11/2025 03:12

A paixão fervorosa da torcida colorada, mais uma vez, tentou mover montanhas. Nas arquibancadas do Beira-Rio, a mobilização foi exemplar, com um público expressivo de mais de 37 mil almas empurrando o time desde a chegada. Contudo, o espetáculo prometido pelos adeptos não encontrou eco dentro das quatro linhas. O Sport Club Internacional, em mais uma exibição aquém das expectativas, não passou de um empate em 1 a 1 com o Santos, mantendo-se perigosamente próximo da zona de descenso.

Os equívocos que marcaram a jornada do Colorado não se limitaram ao desempenho tático. Curiosamente, a série de falhas pareceu iniciar-se antes mesmo do apito inicial, com uma peculiar escolha musical que ressoou nas caixas de som do estádio. A reprodução da canção "Descer pra BC", com seu refrão que diz "nós vai descer", soou como um presságio infeliz e uma desnecessária munição para os adversários, em um momento tão delicado na luta contra o Z-4.

O Dilema Tático e a Insistência em Borré

Apesar dos percalços pré-jogo, o início da partida apresentou um vislumbre de esperança. O Internacional demonstrou agressividade e uma postura protagonista, alinhada à filosofia que Ramón Díaz tenta implementar desde sua chegada. Pressionando o Santos em seu próprio campo, a equipe não tardou a inaugurar o marcador. Aos 19 minutos, após uma envolvente troca de passes, Alan Rodríguez serviu Borré, que, com um toque de peito preciso, encontrou Alan Patrick. O capitão, com um chute certeiro de canhota, estufou as redes adversárias.

O gol de Alan Patrick , no entanto, não trouxe a redenção esperada para Borré, nem a confirmação da aposta de Ramón Díaz. A manutenção do atacante colombiano no time titular, em detrimento de Ricardo Mathias? que havia marcado na vitória anterior sobre o Ceará ?, foi defendida por Emiliano Díaz, auxiliar técnico e filho do comandante. Ele justificou a escolha pela dedicação do jogador, apesar de suas dificuldades recentes.

"O Borré vem de uma viagem. A situação estava tensa e ele se ofereceu. Não é uma questão de ter respeito pelas pessoas que botam a cara em momentos ruins. Foi homem. Pode errar e errou, mas demonstra que está comprometido"

Apesar do comprometimento e da movimentação constante, a fase de Borré com a pontaria segue preocupante. No primeiro tempo, o atleta desperdiçou pelo menos três oportunidades claras de gol, que poderiam ter garantido uma vantagem confortável antes do intervalo. Emiliano Díaz reiterou a necessidade de proteger o grupo e não individualizar as falhas:

"São momentos e temos de cuidar do grupo. Ante a adversidade, você não pode apontar o dedo a um só. Porque se errou ele, erramos também"

O Castigo da Persistência e a Reação da Torcida

A persistência em manter Borré em campo no segundo tempo custou caro. Aos 16 minutos, em uma jogada crucial, o atacante colombiano foi driblado por Guilherme ao tentar auxiliar Aguirre na marcação pela direita. O cruzamento subsequente encontrou Barreal, que igualou o placar para o Santos. Pouco depois de sofrer o gol, Borré foi substituído sob vaias intensas da torcida. Bruno Gomes, em defesa do colega, tentou minimizar a situação:

"Não queremos perder o jogador. Borré nos ajuda muito. Está numa situação difícil e precisamos nos fechar. Precisamos dele. Será muito importante neste final"

Mesmo com a saída de Borré, a performance do Internacional não apresentou melhorias significativas. O ímpeto do primeiro tempo desapareceu, e Ramón Díaz não conseguiu encontrar soluções táticas para romper o bloqueio adversário e criar novas chances. O desempenho geral do treinador argentino, que ainda não conseguiu imprimir uma evolução palpável, reflete-se em seus números:

Jogos Vitórias Empates Derrotas Aproveitamento
12 3 5 4 38,88%

O aproveitamento de 38,88% em 12 partidas justificou as vaias que Ramón Díaz recebeu já no anúncio da escalação, evidenciando a crescente insatisfação dos torcedores.

Protestos, Pressão e o Futuro Institucional

O empate em casa frustrou e irritou profundamente as arquibancadas. Gritos de "time sem vergonha", "tem de ter raça para jogar no Beira-Rio" e xingamentos direcionados ao presidente Alessandro Barcellos ecoaram pelo estádio. A insatisfação se estendeu ao pátio, com pedidos de renúncia. O dirigente, que já havia enfrentado contestações ao descer do ônibus da delegação, optou por evitar declarações após o jogo.

Coube ao vice de futebol, José Olavo Bisol, manifestar-se. Ele finalmente admitiu, de forma explícita, o risco iminente de rebaixamento, mas defendeu o trabalho realizado na pasta. Bisol destacou a gravidade do momento:

"Estamos aqui discutindo uma situação muito maior, que é a possibilidade de um rebaixamento."

O vice-presidente reforçou a importância de manter a união e a confiança no elenco, apesar das aparências. Ele argumentou que, mesmo quando os resultados não aparecem em campo, há um esforço contínuo nos bastidores:

"Continuar o trabalho. Unir todos os elos do departamento de futebol, potencializar e dar confiança aos atletas. Uma série de situações que muitas vezes não aparecem. Quando não aparece no campo, parece que não tem cobrança e trabalho. Quando falo da blindagem é buscar potencializar"

O Próximo Confronto: Uma Batalha Pela Sobrevivência

O discurso, agora mais do que nunca, precisa se traduzir em ações concretas. O Internacional não pode mais se dar ao luxo de cometer erros e precisa entregar resultados à sua fiel torcida. O apoio incondicional das arquibancadas é vital, mas não substitui a necessidade de desarmar o adversário, bloquear chutes e, acima de tudo, converter as chances de gol.

Nesta sexta-feira, o Colorado terá um confronto direto contra o Vasco da Gama, um adversário que o precede na tabela por apenas um ponto. O duelo ocorrerá às 19h30, em São Januário. Somente uma vitória pode trazer um mínimo de tranquilidade a um ambiente cada vez mais tenso e descrente.

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