Inter: Investimento Milionário Perdido e a Credibilidade em Xeque

As recentes revelações acerca da abortada iniciativa de aporte financeiro do bilionário Elusmar Maggi junto ao Sport Club Internacional reacendem um debate crucial sobre a gestão colorada. O desfecho negativo dessa negociação em 2023, agora trazido à tona com veemência pelo jornalista Fabiano Baldasso, expõe fragilidades estruturais e questionamentos sérios acerca da confiabilidade do clube.

Baldasso, em sua participação no programa "Debate das 7", não hesitou em desvelar detalhes dos bastidores, proferindo críticas contundentes à cúpula diretiva e categorizando o episódio como um sintoma da desorganização que, invariavelmente, afasta potenciais investidores de grande porte.

Credibilidade do Colorado Posta à Prova

Um dos pontos nevrálgicos, segundo o relato do jornalista, reside em uma inusitada solicitação que teria sido endereçada a Elusmar Maggi por D'Alessandro, atualmente ocupando o posto de diretor esportivo. O pedido visava o custeio de uma premiação adicional pela eventual conquista do Campeonato Gaúcho de 2025. A recusa do empresário foi enfática, sob a justificativa de que a vitória no torneio estadual deveria ser encarada como uma "obrigação" do elenco.

A repercussão dessa solicitação foi imediata e severa nas palavras de Baldasso:

"Que credibilidade o Internacional passa, na medida que um funcionário do Inter liga pra ele e diz: 'Me empresta dinheiro aí pra eu pagar o bicho extra da conquista do Gauchão'?"

A indagação do youtuber colorado ecoa uma preocupação legítima: a imagem projetada pelo clube realmente o qualifica para atrair e gerir vultosos investimentos financeiros? A percepção de desespero por recursos básicos mina a confiança de qualquer parceiro em potencial.

Foto: (Divulgação)

O Custo da Desorganização: Afastando Investimentos

É imperativo recordar que Elusmar Maggi demonstrou, em ocasiões anteriores, um comprometimento inequívoco com o Internacional . Um exemplo notável foi sua contribuição de R$ 1 milhão para viabilizar a atuação do atleta Rodinei contra o Flamengo em 2021. Sua subsequente desistência, portanto, não se origina de uma falta de interesse intrínseca pelo clube, mas sim de um desencanto profundo com a arquitetura interna e a gestão dos recursos.

"O clube não sabe usar o dinheiro", sentenciou Baldasso. Conforme sua análise, o distanciamento de Maggi se justifica plenamente, pois uma entidade que recorre a terceiros para financiar bônus por títulos estaduais dificilmente consegue transmitir a seriedade e a solidez necessárias para inspirar confiança e atrair aportes significativos. A falta de autonomia financeira em aspectos que deveriam ser rotineiros é um sinal de alerta.

Lições do Rival e o Futuro Financeiro do Internacional

Baldasso não se furtou a traçar um paralelo incômodo com a realidade do rival. Ele citou o caso de Marcelo Marques, pré-candidato à presidência do Grêmio, que assumiu a administração da Arena e se comprometeu a doar a totalidade do estádio ao clube tricolor. Tal iniciativa, na visão do jornalista, espelha um paradigma de gestão que denota maior solidez e uma visão estratégica de longo prazo.

O Sport Club Internacional , assim, encontra-se diante de um panorama preocupante, onde oportunidades de investimento promissoras são aparentemente malbaratadas em virtude de deficiências no planejamento e na credibilidade institucional. Essa conjuntura não apenas acarreta a perda de capital, mas também afasta o clube de projetos de expansão ambiciosos e de um patamar de grandeza desejado por sua torcida.

A fala de Fabiano Baldasso ressoa, portanto, como um imperativo e um aviso: o Internacional necessita, com urgência, de uma reestruturação interna profunda e de uma revisão de suas práticas administrativas. Caso contrário, a tendência é que continue a repelir figuras influentes e com capacidade de infundir um novo rumo ao futuro colorado.