Inter em Declínio: Os Números que Escancaram a Ausência de Fernando

O Sport Club Internacional, que iniciou a temporada com o prestígio de campeão gaúcho e figurando entre os postulantes a outras conquistas, enfrenta um cenário de profunda instabilidade no Campeonato Brasileiro, flertando perigosamente com as últimas posições. A sequência de resultados desfavoráveis impõe ao clube a urgente tarefa de compreender as razões para tamanha reviravolta.

Enquanto a cúpula colorada se abstém de tecer comentários públicos sobre os fatores que precipitaram essa derrocada, a percepção do torcedor aponta para um evento crucial: a saída de um dos elementos mais influentes do elenco. Trata-se do volante Fernando, cuja rescisão contratual amigável foi oficializada em agosto, meses após uma lesão sofrida em 1º de junho.

Fernando não era apenas um jogador; era uma liderança reconhecida no vestiário e um dos pilares em campo, com atuações consistentes que o tornaram indispensável. Não é mera coincidência que a trajetória do Internacional tenha começado a se desestruturar justamente após a sua partida.

A Peça Central que Deixou o Beira-Rio

Durante o período em que Fernando esteve disponível para a equipe, o Internacional demonstrou uma solidez notável. Nos 23 confrontos disputados com o volante em campo, o time acumulou 13 vitórias, seis empates e apenas quatro derrotas. O ataque produziu 40 gols, sendo dois deles do próprio meio-campista, enquanto a defesa sofreu 21. Este desempenho culminou na conquista do Campeonato Gaúcho, encerrando um jejum de nove anos, e resultou em um aproveitamento de 65,2% dos pontos.

A partir do embate contra o Atlético-MG, em 12 de junho ? a primeira partida sem a presença de Fernando ? o panorama se alterou dramaticamente. Os indicadores de desempenho da equipe sofreram uma queda acentuada, evidenciando uma transformação negativa.

A Virada de Chave: Estatísticas Antes e Depois

Nos 26 jogos seguintes à ausência do volante, o Internacional registrou um declínio alarmante. Foram apenas sete vitórias, seis empates e um preocupante total de 13 derrotas. O poder ofensivo diminuiu, com 25 gols marcados, e a fragilidade defensiva se acentuou, com 35 gols sofridos.

Este período também foi marcado por eliminações dolorosas em competições de mata-mata: na Copa do Brasil, diante do Fluminense, e na Copa Libertadores, frente ao Flamengo. O aproveitamento do time despencou para 34,6%, representando quase a metade do desempenho alcançado quando Fernando estava em campo.

Para uma visão clara da alteração no rendimento, observe a tabela comparativa:

A Trajetória de Fernando no Colorado

A última aparição de Fernando com a camisa colorada ocorreu em 1º de junho, na derrota para o Fluminense, quando permaneceu em campo por apenas 19 minutos antes de ser substituído devido a uma lesão no ligamento cruzado posterior do joelho direito. A estimativa inicial para sua recuperação era de quatro meses, mas o período se estendeu, indicando que ultrapassaria a validade de seu contrato, que se encerrava no final do ano.

Em agosto, o Internacional e o jogador formalizaram uma rescisão contratual de comum acordo, e o atleta prosseguiu seu tratamento em Goiânia, próximo de seus familiares. Antes da lesão, o camisa 5 havia expressado a intenção de avaliar seu próprio desempenho para, então, tomar uma decisão sobre uma possível renovação de vínculo.

Contratado no ano anterior, Fernando disputou um total de 54 partidas pelo Internacional , anotando três gols e, inclusive, atuando como zagueiro sob o comando do técnico argentino Eduardo Coudet. Sua participação foi distribuída da seguinte forma nas competições:

• Seis jogos pela Libertadores: três vitórias, dois empates e uma derrota;
• Seis jogos pelo Brasileirão: uma vitória, dois empates e uma derrota;
• Dois jogos pela Copa do Brasil: duas vitórias;
• Nove jogos pelo Gauchão: sete vitórias e dois empates.