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Inter e Barcellos: Quase 70% de Técnicos Estrangeiros - Uma Análise Profunda

Por Redação FutInter em 18/12/2025 05:11

O último ano da administração de Alessandro Barcellos na presidência do Sport Club Internacional está programado para ter início sob uma diretriz que tem marcado sua gestão: a liderança técnica da equipe por um profissional estrangeiro. A iminente oficialização do uruguaio Paulo Pezzolano o posicionará como o sexto treinador de fora do país a assumir o comando técnico do Beira-Rio ao longo dos seis anos em que o dirigente ocupa o cargo principal.

Confirmada a contratação de Pezzolano, ele se tornará o nono comandante a passar pelo clube durante o período de Barcellos. Este número revela uma estatística notável: aproximadamente 66,66% dos treinadores neste ciclo foram estrangeiros. A lista inclui outros uruguaios, como Diego Aguirre e Alexander Medina, além do espanhol Miguel Ángel Ramírez, e os argentinos Eduardo Coudet e Ramón Díaz, demonstrando uma clara predileção por perfis internacionais.

A política de contratação de treinadores sob a égide de Barcellos tem sido marcada por uma busca incessante por nomes de diferentes escolas. No entanto, essa rotatividade levanta questionamentos sobre a consistência e a construção de um projeto de longo prazo. A chegada de Pezzolano, com seu histórico recente, adiciona uma nova camada a essa narrativa já complexa.

A Efemeridade dos Comandantes Nacionais

Em contrapartida à forte presença estrangeira, a gestão de Alessandro Barcellos também contou com nomes brasileiros no banco de reservas, embora com passagens frequentemente breves. Abel Braga, que hoje atua como diretor técnico, foi o primeiro a comandar a equipe sob Barcellos, tendo sido mantido de uma gestão anterior para finalizar o Campeonato Brasileiro de 2020, estendido para 2021 em virtude da pandemia.

Abelão retornou posteriormente para um breve período, substituindo Ramón Díaz nas derradeiras duas rodadas do Brasileirão, com a missão de evitar um rebaixamento, objetivo que foi alcançado. Além dele, Mano Menezes e Roger Machado foram os outros treinadores brasileiros a fazerem parte do quadro técnico na presidência de Barcellos.

Destes, Mano Menezes, com 455 dias, e Roger Machado, com 431 dias, foram os únicos a permanecerem por mais de um ano à frente do time. Roger Machado, inclusive, figura como o único a ter conquistado um título sob a atual presidência: o Campeonato Gaúcho deste ano. A longevidade relativa desses dois contrasta com a instabilidade geral no cargo.

O Fracasso do "Futebol Propositivo" e a Busca por Estabilidade

A gestão de Barcellos teve um de seus momentos mais emblemáticos e, ao mesmo tempo, frustrantes com a chegada do espanhol Miguel Ángel Ramírez. Apresentado como um "sonho" do presidente e uma promessa de campanha para inaugurar uma "gestão da ruptura" e implementar um "futebol propositivo", o projeto durou exatos 101 dias. Sua demissão ocorreu após a eliminação do Internacional na terceira fase da Copa do Brasil, ao perder por 3 a 1 para o Vitória em pleno Beira-Rio, evidenciando a fragilidade de planos ambiciosos sem resultados imediatos.

A constante alternância no comando técnico é uma marca indelével da era Barcellos. O presidente jamais conseguiu manter o mesmo treinador do primeiro dia de janeiro ao último dia de dezembro em um mesmo ano. Esta inconsistência na liderança do vestiário impõe a Pezzolano o desafio de quebrar esse padrão e trazer a tão almejada estabilidade para o clube.

A seguir, uma tabela detalhada dos técnicos que passaram pela gestão de Alessandro Barcellos:

Técnico Jogos Vitórias Empates Derrotas Aproveitamento Dias
Abel Braga 22 12 4 6 60,6% 56
Miguel Ángel Ramírez 21 10 4 7 53,96% 101
Diego Aguirre 35 11 12 12 42,85% 179
Alexander Medina 17 6 6 5 47,05% 110
Mano Menezes 82 40 29 13 60,56% 455
Eduardo Coudet 62 30 15 17 56,45% 357
Roger Machado 74 34 20 20 54,95% 431
Ramón Díaz 13 3 5 5 35,9% 66
Abel Braga 2 1 - 1 50% 8
Paulo Pezzolano - - - - - -

Pezzolano: O Novo Rosto e o Desafio da Continuidade

Pezzolano não é um estranho ao futebol brasileiro. O Internacional será seu segundo clube no país, tendo atuado no Cruzeiro entre 2022 e 2023, onde obteve sucesso ao retirar a equipe da Série B. Sua trajetória inclui passagens por Torque e Liverpool, ambos no Uruguai, Pachuca (México), Valladolid (Espanha) e Watford (Inglaterra), de onde saiu em outubro do ano corrente.

Sua experiência mais recente no Watford foi de apenas 10 partidas, com um desempenho modesto de três vitórias, três empates e quatro derrotas. Este histórico misto sugere um perfil que pode trazer tanto a capacidade de reerguer equipes quanto a instabilidade em outros contextos. A expectativa é que sua chegada possa, finalmente, oferecer ao Internacional a tão buscada solidez e um projeto técnico de maior fôlego, algo que tem sido uma quimera na gestão Barcellos.

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Comentado em 18/12/2025 07:21 Finalmente um treinador de fora chega ao Beira Rio com promessa de evolução
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