Inter Demite Após Confetes em Jogo da Libertadores: Entenda o Caso

A atmosfera de um confronto decisivo pela Copa Libertadores da América, que deveria ser de pura adrenalina e paixão colorada, foi surpreendentemente interrompida por um episódio insólito. Na última quarta-feira (20), antes do embate entre Internacional e Flamengo, no icônico Beira-Rio, uma profusão de papéis picados despencou das arquibancadas superiores, cobrindo o gramado quase por completo. A cena, digna de um carnaval fora de época, transformou o campo em um tapete prateado, inviabilizando o início da partida.

O inusitado acontecimento gerou um atraso considerável e causou perplexidade entre atletas, comissões técnicas e a arbitragem. O árbitro uruguaio Esteban Ostojich, diante da impossibilidade de dar a largada no jogo, convocou os jogadores para um diálogo, enquanto a equipe de manutenção do estádio se desdobrava para remover a montanha de confetes que até a bola havia deixado prateada. O vexame, transmitido para todo o continente, exigia uma resposta institucional.

O Vexame no Beira-Rio e as Primeiras Consequências

Diante da repercussão negativa, o Internacional agiu prontamente. Na noite de quinta-feira (21), o clube divulgou um comunicado oficial, buscando esclarecer os pormenores do incidente. A nota detalhava as investigações internas e as providências tomadas. O resultado inicial dessa apuração interna foi a demissão de duas pessoas ligadas à organização do evento, cujos nomes e setores de atuação foram mantidos sob sigilo, conforme informações divulgadas pelo ge.

A decisão, embora drástica, demonstra a seriedade com que a diretoria encarou o deslize. A vitória do Flamengo por 2 a 0 nas oitavas de final da Libertadores já era um golpe duro, e o incidente dos papéis picados adicionou uma camada de desorganização e amadorismo à imagem do clube em um palco internacional.

A Versão Oficial: Falhas na Execução e Medidas Disciplinares

Em seu comunicado, o clube gaúcho fez questão de ressaltar que o planejamento inicial para a ambientação do jogo, incluindo diversas ações de recepção ao time e à torcida, estava em plena conformidade com as rigorosas normas da Conmebol. No entanto, o problema residiu na execução da ação específica envolvendo os confetes. A distribuição, segundo a diretoria, deveria ter ocorrido em uma área distinta do estádio, em volume significativamente menor e, crucialmente, sem a utilização de material prateado, que se tornou um agravante visual e prático.

A nota oficial do Internacional reforça a tese de que houve uma falha operacional grave, com decisões não autorizadas pela cúpula do clube na etapa de implementação. Este tipo de erro, em um torneio da magnitude da Libertadores, expõe fragilidades na cadeia de comando e supervisão que não podem ser toleradas por uma instituição do porte do Colorado.

"Sobre o episódio dos papéis picados, o Inter informa que projetou a ambientação de jogo para recepcionar o time e a torcida no duelo contra o Flamengo, pelas oitavas de final da Libertadores, com ações como CO² nas laterais e atrás das goleiras, balões tubulares em áreas do estádio e bandeirões das torcidas organizadas, além do papel picado, todos devidamente previstos e liberados pelo regulamento da Conmebol. Entretanto, a ação deveria ter ocorrido em outro setor do estádio, em menor volume e sem o material prateado. Apuramos internamente que foram tomadas decisões não autorizadas pelo Clube na execução da ação. Os responsáveis foram identificados e as medidas cabíveis já foram aplicadas."

O incidente dos papéis picados, apesar de parecer trivial à primeira vista, revela uma falha de gestão e supervisão em um momento crucial. A pressa em demitir os responsáveis, mesmo que não identificados publicamente, sugere um esforço para conter danos e reafirmar o compromisso com a excelência, algo esperado de um gigante do futebol sul-americano. Resta saber se as lições foram devidamente aprendidas para que tais deslizes não se repitam em futuros compromissos de tamanha importância.