Inter 2026: O Caminho para a Retomada no Futebol Brasileiro

A agremiação colorada concluiu sua jornada no Campeonato Brasileiro sob a forte impressão de uma extenuante batalha contra o rebaixamento. Para evitar a repetição de um cenário tão desafiador, o clube reconhece a urgência de implementar ajustes precisos e transformar em ações concretas os aprendizados extraídos do ano de 2025. Desde a conquista do Campeonato Gaúcho até o sufoco vivenciado na rodada derradeira, o Internacional acumulou deficiências em múltiplas frentes.

O desempenho convincente exibido no início da temporada gerou uma falsa percepção de segurança. A vitória no título estadual ? que, por sua vez, encerrou o anseio do Grêmio por um octacampeonato ? levou a diretoria a acreditar que profundas alterações estruturais não se faziam necessárias. Assim, a instituição ignorou sinais inequívocos de desgaste, permitindo que as complicações internas se intensificassem.

Ao longo dos meses subsequentes, o Colorado demonstrou falhas em sua comunicação, ao fazer comentários públicos que tangenciavam a vida privada de um atleta. Houve também deficiências na gestão do ambiente de vestiário, onde desavenças internas progrediram para confrontos físicos. Adicionalmente, a substituição do corpo técnico foi tardia, mesmo com o trabalho de Roger Machado já evidenciando um declínio notório. A seleção apressada de Ramón Díaz, efetuada após o encerramento da janela de transferências, impôs restrições ao novo comandante desde o princípio de sua atuação.

A Desestruturação do Plantel e Seus Custos

A fragilidade na composição do elenco, contudo, agravou o panorama geral. O conjunto de atletas que iniciou o ano de 2025 possuía uma qualidade técnica superior àquele que encerrou a temporada. Mesmo após a transação de Wesley por R$ 54 milhões para o Al-Rayyan e a liberação antecipada de Valencia? gerando uma economia de aproximadamente R$ 12 milhões ?, a diretoria não logrou êxito em repor essas saídas. André Mazzuco e José Olavo Bisol, os responsáveis pelo departamento de futebol, falharam na busca por substitutos à altura.

Lesões e aposentadorias imprevistas intensificaram a problemática. A saída de Fernando devido a um trauma grave exigiu a contratação emergencial de Richard, enquanto o setor de criação de jogadas recebeu apenas Alan Rodriguez, um volante uruguaio que ainda carecia de ritmo de jogo competitivo. Nem mesmo o retorno de Rochet, Mercado e Bruno Gomes, recuperados do departamento médico, foi suficiente para restabelecer o equilíbrio da equipe em campo.

As Complexidades Financeiras e o Horizonte para 2026

A instabilidade financeira, por sua vez, complementou o cenário de preocupação. O Internacional enfrentou obstáculos significativos para cumprir com obrigações junto a outras agremiações, atrasou o pagamento de direitos de imagem e precisou renegociar débitos para assegurar a pontualidade dos salários. A regularização parcial das pendências ocorreu somente na última rodada do campeonato, expondo a precariedade das finanças do clube de maneira alarmante.

Com tantos equívocos acumulados ao longo do período, o Internacional inicia o ano de 2026 sob intensa pressão para revisar seus procedimentos internos, aprimorar a qualidade do seu quadro de atletas e restabelecer a estabilidade institucional. A campanha anterior demonstrou inequivocamente que, para evitar novos riscos e consolidar um futuro promissor, a instituição necessita agir de maneira planejada, transparente e com presteza.