Escândalo no Inter: Ex-Vice Condenado a 10 Anos por Fraudes Milionárias

A esfera judicial proferiu um novo e significativo veredito que ecoa nos corredores do Sport Club Internacional. Emídio Marques Ferreira, que atuou como ex-vice-presidente de Patrimônio durante o biênio 2015/2016, foi sentenciado a uma pena de dez anos e seis meses de reclusão, a ser cumprida inicialmente em regime fechado. A condenação decorre de infrações cometidas enquanto exercia suas funções no clube.

Além da privação de liberdade, o ex-dirigente terá de arcar com a reparação financeira dos prejuízos causados ao Internacional , provenientes dos desvios de recursos apurados no período. Esta decisão é um desdobramento direto da "Operação Rebote", conduzida pelo Ministério Público, que se dedicou a investigar as irregularidades na administração do clube naquele período. É importante notar que a sentença ainda está sujeita a recursos.

Emídio Ferreira foi considerado culpado por 209 atos de estelionato e por sua participação em organização criminosa. As investigações apontam que ele, em conjunto com outros ex-dirigentes já sentenciados ? o então presidente Vitorio Piffero e o vice-presidente de Finanças Pedro Affatato ?, estaria envolvido na apropriação indevida de verbas destinadas a obras no Estádio Beira-Rio. O montante total que todos os envolvidos deverão restituir ao Internacional ultrapassa a marca de 12 milhões de reais, com Ferreira tendo também de quitar uma multa adicional de 607 mil reais.

A Complexa Rede de Irregularidades na Gestão Colorada

O Ministério Público detalhou que os ex-dirigentes teriam desviado do Internacional aproximadamente 12,8 milhões de reais. Esses valores foram direcionados a um grupo de oito empresas construtoras, algumas das quais se encontravam inativas, outras existiam apenas no papel ou não possuíam a capacidade operacional necessária para prestar os serviços contratados pelo clube.

Além das penas de prisão impostas, os réus e os proprietários das empresas implicadas na fraude foram condenados a ressarcir o Internacional integralmente pelos valores obtidos de maneira ilícita. A forma como essa divisão de valores será efetuada ainda não foi definida pela Justiça.

A Operação Rebote já havia culminado em condenações anteriores. Vitorio Piffero foi sentenciado a dez anos e seis meses de reclusão, em regime fechado, por estelionato e formação de quadrilha. Já Pedro Affatato, que ocupava a vice-presidência de Finanças, recebeu uma pena mais severa, de dezenove anos e oito meses, pelos mesmos crimes, acrescidos de lavagem de dinheiro. Ambos, no entanto, aguardam os resultados de seus recursos em liberdade.

Consequências e o Cenário Judicial para os Ex-Dirigentes

A condenação de Emídio Marques Ferreira reforça a série de desdobramentos judiciais que a antiga gestão do Internacional tem enfrentado. A complexidade do esquema e a quantidade de recursos desviados demonstram a gravidade das acusações e a determinação da Justiça em responsabilizar os envolvidos. A defesa de Emídio Ferreira foi contatada pela reportagem para comentar a sentença, mas até o momento não se manifestou.

O caso serve como um lembrete contundente da vigilância necessária na gestão de grandes instituições esportivas, e as ramificações legais continuam a se desenrolar, com cada parte buscando seus direitos de recurso. A comunidade colorada acompanha de perto o desenrolar desses processos, que buscam reparar os danos causados ao patrimônio do clube.

Para clareza, a seguir, um resumo das principais condenações e valores envolvidos até o momento: