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Eliminação do Inter: Roger Machado e o Custo da Teimosia Tática

Por Redação FutInter em 07/08/2025 03:11

A máxima "Insanidade é continuar fazendo a mesma coisa e esperar resultados diferentes", frequentemente atribuída a Albert Einstein, ecoa com notável precisão na recente trajetória do Internacional, culminando em sua eliminação na Copa do Brasil contra o Fluminense. Sob a batuta de Roger Machado, com o respaldo da cúpula diretiva, o Colorado insistiu em uma formação tática já batida e facilmente decifrável, o 4-2-3-1. A crença de que um jogador como Ronaldo seria o pilar defensivo mostrou-se um erro fatal, materializado em sua falha decisiva no empate por 1 a 1 no Maracanã.

Após um revés por 2 a 1 contra o São Paulo, que já havia gerado considerável pressão, a diretoria reiterou sua confiança no técnico, concedendo-lhe uma oportunidade de reabilitação. Uma guinada tática, com a introdução de conceitos inovadores, poderia ter aliviado a tarefa. Contudo, em vez de explorar as variações demonstradas em confrontos prévios, como o 3-5-2 utilizado anteriormente, o comandante optou por um retorno ao modelo tático já conhecido, ignorando os claros sinais de ineficácia evidenciados em partidas recentes.

A expectativa de um Internacional que impusesse seu ritmo, pressionando a saída de bola do adversário carioca, dissipou-se rapidamente. A performance do time em território fluminense espelhou padrões já observados: durante toda a primeira etapa, nenhuma finalização sequer foi direcionada ao gol. A equipe gaúcha exibia uma visível dificuldade na construção de jogadas ofensivas, com Alan Patrick completamente neutralizado. Borré, por sua vez, pouco contribuiu, embora a escassez de bolas que chegassem a ele fosse notória, cenário que persistiu mesmo com a entrada de Valencia no segundo tempo.

A Persistência Tática e Suas Consequências Amargas

É inegável que a sorte não esteve ao lado do Colorado naquela noite. Aos 24 minutos de jogo, o treinador já havia sido forçado a realizar duas substituições cruciais: Richard deixou o campo após um choque de cabeça com Everaldo, e Mercado foi substituído devido a um problema na panturrilha direita. No intervalo, Carbonero também se viu impedido de continuar, sentindo dores na coxa esquerda. Contudo, foi a primeira dessas alterações que, ironicamente, pavimentaria o caminho para a eliminação. Ronaldo , um atleta que, apesar de alvo de críticas por parte da torcida, goza da plena confiança do técnico, foi o escolhido para preencher a lacuna deixada por Richard. Cabe recordar uma declaração polêmica de Roger em entrevista recente à Rádio Grenal:

Me surpreende o fato de o Ronaldo não vir agradando tanto o torcedor, porque eu confesso que vi grandes jogos do Ronaldo substituindo o Fernando.

Mal o segundo tempo havia começado, e a decisão de manter o jogador em campo revelou-se um agravante. Recebendo um passe de Thiago Maia, Ronaldo tentou um toque para Vitão, mas a bola escapou de seu controle, e ele foi facilmente desarmado por Everaldo. Canobbio, atento, não perdoou e mandou a bola para o fundo das redes. Roger, ainda assim, manteve o atleta em campo por mais doze minutos, até finalmente reconhecer a necessidade de uma alteração. Se a percepção do técnico sobre o descontentamento da torcida demorou a vir, a de Ronaldo foi imediata. Visivelmente frustrado, o volante desferiu socos no banco de reservas antes de se sentar e observar o restante da partida, um gesto que soou como uma admissão silenciosa de sua responsabilidade.

Ricardo Mathias, que entrou em campo, também enfrentou consideráveis dificuldades para receber a bola e finalizar em direção ao gol defendido por Fábio. O empate do Internacional viria dos pés de Alan Patrick , que precisou converter uma cobrança de pênalti por duas vezes. A primeira tentativa, desperdiçada, foi anulada devido ao adiantamento do goleiro adversário.

Eliminação do Inter: Roger Machado e o Custo da Teimosia Tática
Foto: (Ricardo Duarte/Divulgação, Internacional)

O Erro Individual e a Reação no Banco

Desprovido de qualquer organização tática, o Internacional tentou, à base da garra, buscar um gol que o mantivesse vivo na competição. Contudo, a tensão em campo resultou em discussões improdutivas com os atletas cariocas, desviando o foco do objetivo principal e impedindo a virada. Mais uma vez, a frustração se abateu sobre o clube. Esta foi a décima segunda eliminação em torneios de mata-mata nas quatorze participações sob a gestão de Alessandro Barcellos, um retrospecto que inclui apenas o título do Gauchão neste ano e a derrota na final de 2021 para o Grêmio.

A responsabilidade, naturalmente, não recai apenas sobre os ombros do treinador. A cúpula diretiva também compartilha o ônus. A demora na aquisição de reforços foi notória, com Alan Rodríguez, por exemplo, não sendo inscrito a tempo para a disputa das oitavas de final da Copa do Brasil. Além disso, dos oito atletas contratados no início da temporada, Kaique Rocha, Ramon e Diego Rosa já não fazem mais parte do elenco, um claro indicativo de falhas no processo de captação e avaliação de talentos.

Apesar das falhas administrativas, Roger Machado permanece como o principal responsável pelo recente tropeço no Rio de Janeiro. O Internacional já demonstrava claros sinais de esgotamento de seu modelo tático ao final do primeiro semestre. Embora a sequência intensa de jogos e o elevado número de lesões pudessem servir como justificativa, as competições foram paralisadas por um mês, permitindo o retorno de peças importantes. Ainda assim, o técnico não conseguiu introduzir qualquer inovação tática. Pelo contrário, a equipe segue vulnerável defensivamente, com sete gols sofridos nos últimos cinco confrontos, uma média de 1,4 por partida. O setor de meio-campo mantém-se burocrático, exibindo lentidão na transição de bola e na criação de jogadas, o que resulta em um ataque pouco municiado e ineficaz quando as oportunidades surgem.

A Cúpula e o Futuro Incerto do Colorado

A confluência desses problemas culminou em uma sequência de quatro jogos sem vitórias, com dois empates e duas derrotas no período. A insatisfação da torcida, que já havia proferido ofensas e vaias a Roger Machado no Beira-Rio, intensificou-se nas redes sociais, clamando por sua destituição. No entanto, a diretoria, mais uma vez, reiterou seu apoio ao comandante. Contudo, a atual metodologia de trabalho não aponta para uma rota de saída da situação delicada. O time ocupa um modesto 13º lugar no Campeonato Brasileiro, com 21 pontos, distando 16 do líder Flamengo, e na próxima semana enfrentará o mesmo adversário carioca pelas oitavas de final da Conmebol Libertadores.

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