Calendário Exaustivo do Futebol Brasileiro: Roger Machado e o Desgaste dos Atletas

No cenário do futebol nacional, uma questão recorrente e tão debatida quanto as decisões da arbitragem é, sem dúvida, a intensidade do calendário de competições. O treinador Roger Machado, à frente do Internacional, reiterou seu profundo descontentamento com a maratona de confrontos. Após o empate de sua equipe contra o Sport, no domingo à tarde, o comandante colorado expressou que a sequência implacável de jogos penaliza as equipes de alto desempenho, levando-o a um estado de desorientação diante das constantes viagens.

A Realidade Brutal do Calendário Nacional

Em um desabafo que ressoa a exaustão de muitos profissionais, Roger Machado revelou: "Já falei sobre o calendário. Os times que se credenciam pelo ano anterior são punidos por um calendário apertado e a gente roda o mundo várias vezes. Por vezes acordo de madrugada no hotel e nem sei em que cidade estou."

O confronto recente na Ilha do Retiro marcou o décimo sétimo compromisso do elenco em um período de apenas cinquenta e sete dias. Somente no mês de maio, foram sete partidas, iniciadas em 3 de maio com a derrota por 4 a 2 para o Corinthians e culminando no embate com o Sport em 25 de maio. Impressionantemente, seis desses duelos ocorreram fora de casa.

Foto: (Ricardo Duarte/Inter)

A Maratona de Jogos e Suas Consequências

Essa agenda sobrecarregada é uma consequência direta da participação em três competições simultâneas: a Conmebol Libertadores, o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil. Embora diversos clubes enfrentem um cenário similar, alguns optando pela Sul-Americana em vez da Libertadores, o técnico colorado manifesta sua consternação pela ausência de um intervalo mais adequado. Ele argumenta que os times que conquistam o direito de disputar esses importantes torneios, fruto de seu mérito no ano anterior, não deveriam ser submetidos a um desgaste físico e mental tão acentuado.

O Preço da Competitividade: Lesões e Custos Elevados

A densidade dos jogos, aliada às exaustivas viagens, compromete seriamente o tempo de preparação das equipes e, inevitavelmente, eleva o risco de lesões. O Internacional , por exemplo, já havia viajado para Recife sem jogadores importantes como Vitão, Fernando, Bruno Henrique, Alan Patrick e Wesley. Para agravar a situação, aos vinte e três minutos do jogo, Ricardo Mathias precisou ser substituído devido a uma lesão na coxa esquerda. Esse incidente adiciona mais um nome a uma lista já extensa no departamento médico do clube. Atualmente, Borré, Carbonero e Valencia estão em recuperação de lesões musculares. Rochet passou por uma cirurgia no dedo indicador da mão esquerda, enquanto Mercado, Bruno Gomes e Lucca Drummond foram submetidos a intervenções cirúrgicas no joelho.

Diante dessa conjuntura, Roger Machado faz um alerta contundente: é imperativo dispor de um elenco com ainda mais opções para suportar as implacáveis exigências de um calendário tão comprimido. Tal necessidade, por sua vez, acarreta invariavelmente um aumento significativo nos custos operacionais dos clubes. O técnico afirmou categoricamente: "Faz o futebol ficar muito caro porque você precisa ter três times, não só dois. Isso tira atenção, mas é o que temos hoje. Depois da coletiva eu tento desligar a cabeça do jogo e amanhã voltar a pensar. Temos feito o melhor que podemos e sempre há o melhor a evoluir."

Perspectivas e Desafios Futuros

O clube gaúcho ainda enfrentará mais três desafios até o dia 12 de junho, data marcada para a última rodada do Campeonato Brasileiro antes da interrupção para o Mundial de Clubes. Para a próxima quarta-feira, o Internacional tem um compromisso decisivo, necessitando de, no mínimo, um empate contra o Bahia para assegurar sua classificação às oitavas de final da Conmebol Libertadores.