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Ataque a Ônibus do Inter em SC: Motorista Detalha Emboscada Brutal e Perigo das Organizadas

Por Redação FutInter em 04/12/2025 15:22

O retorno de uma partida de futebol, que deveria ser um trajeto de celebração ou reflexão, transformou-se em um cenário de emboscada e violência para torcedores do Internacional. Um ônibus que transportava colorados de volta ao Rio Grande do Sul, após o confronto contra o São Paulo na Vila Belmiro, foi brutalmente interceptado por uma torcida organizada do Santos na manhã de uma quinta-feira, na BR-101, em Itapema, no litoral catarinense.

O incidente resultou em seis torcedores do Inter com ferimentos leves, conforme informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Santa Catarina. Em resposta à agressão, dez membros da torcida santista foram detidos. A investida contra o veículo gerou um clima de pânico e correria às margens da rodovia, culminando no bloqueio temporário do tráfego na região, um testemunho visível da desordem e do perigo impostos por tais atos.

Carlos Jablonski, o motorista de 68 anos responsável pelo ônibus atacado, com quatro décadas de experiência no transporte de passageiros, compartilhou com a reportagem o drama vivido. Ele revelou que o grupo de torcedores já antecipava a possibilidade de um encontro hostil com torcidas adversárias ao longo do percurso. A emboscada, meticulosamente planejada, envolveu dois veículos que, agindo como batedores, bloquearam a passagem do ônibus no km 148, permitindo que a organizada santista alcançasse o alvo.

A Tática da Emboscada: Detalhes da Ação Violenta

A percepção de Jablonski sobre o risco começou cedo. "Depois que iniciou a viagem de Porto Alegre para Santos, eles falaram sobre uma rixa, achei que era algo entre as torcidas do Inter. Até que eu entendi. Então a gente vinha atento a isso ao longo de toda a viagem", narrou o motorista, evidenciando a tensão que permeava o ambiente. A torcida santista, por sua vez, retornava de Caxias do Sul, onde havia vencido o Juventude pela 37ª rodada do Brasileirão, o que adiciona uma camada de rivalidade ao contexto.

A execução do plano foi precisa. Jablonski descreveu a astúcia dos agressores: "Chegando aqui em Itapema, trancou o trânsito, vinha trancando em outros municípios também. Mas depois nós descobrimos que aqui foram eles que trancaram. Tinham dois carros na nossa frente que trancaram o trânsito enquanto nós vínhamos para cá, segurando as duas pistas, tipo batedores. Pareciam dois bobalhões dirigindo, mas eram eles, que já estavam cuidando do ônibus". A descrição sugere uma operação coordenada, distante de um mero encontro casual.

O comboio inicial de quatro ônibus com torcedores do Internacional que partiu de São Paulo dispersou-se durante a viagem de volta, deixando o veículo de Jablonski, com aproximadamente 40 passageiros, vulnerável. O motorista recorda o momento exato do ataque: "Eu estou na fila, no para e arranca e de repente saiu do outro lado uma multidão. Vi uns ônibus estacionados no sentido norte e de lá vinha aquele bolo enorme de pessoas, tomando as duas pistas. E todo mundo gritou 'é tocaia'. Eu comecei a dar ré, a dar velocidade em tudo que eu podia para tentar fugir, mas fui alcançado. Foi um estouro só, tudo quebrado. Parei, abri a porta e eles nos liberaram (os motoristas) e aí brigaram contra a torcida do Inter. Foi muito feio".

A Destruição e a Resposta do Clube

A experiência de Carlos Jablonski, que há anos convive com o transporte de torcedores, lhe confere uma perspectiva sombria sobre os objetivos desses confrontos. Ele afirma que a prioridade dos agressores é a depredação do veículo e dos instrumentos da torcida rival. O ônibus, de fato, ficou completamente inutilizado após a investida. Sobre as agressões físicas, o motorista acredita que apenas a sorte impediu um desfecho ainda mais trágico para os passageiros.

"Foi muito pouco perto do que poderia (ter ocorrido). A agressão deles é mortal, entendeu? E dos passageiros aqui não teve nenhum morto e nenhum com a perna quebrada. Então, foi pouco perto da violência e da quantidade de armas que eles tinham", ponderou Jablonski, ressaltando a gravidade potencial da situação e a sorte dos envolvidos em escapar de ferimentos mais severos.

Em resposta ao lamentável episódio, o vice-presidente do Internacional , Miguel Dagnino, confirmou que dois torcedores foram encaminhados ao hospital, mas sem gravidade. O clube gaúcho prontamente enviou um novo ônibus a Santa Catarina para assegurar o retorno seguro do grupo de torcedores. A diretoria colorada informou que permanece em contato com as autoridades competentes e com as lideranças da torcida, buscando acompanhar de perto o desenrolar das investigações e prestar o suporte necessário aos envolvidos.

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