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Análise Crítica: Fatores Por Trás da Posição do Inter no Brasileirão

Por Redação FutInter em 15/06/2025 05:12

O Sport Club Internacional encerra o primeiro semestre de 2024 em uma posição alarmante no Campeonato Brasileiro. Com a paralisação do calendário nacional para a realização da Copa do Mundo de Clubes, o Colorado se vê obrigado a enfrentar a dura verdade de sua presença na zona de rebaixamento, cenário que persistirá, no mínimo, até o reinício da competição, previsto para meados de julho.

O revés mais recente, uma derrota para o Atlético-MG na última quinta-feira, precipitou a queda de três posições na tabela. Atualmente na 17ª colocação, a equipe de Porto Alegre acumulou meros 11 pontos em 12 rodadas, marcando o início de campanha mais frágil de sua história na era dos pontos corridos.

Contrariando essa performance preocupante na liga nacional, o Internacional ostenta um desempenho notável em outras frentes. O clube garantiu sua vaga nas oitavas de final tanto da Copa do Brasil quanto da Copa Libertadores da América, além de ter conquistado o título do Campeonato Gaúcho. Neste último, a dedicação foi máxima, visando quebrar um jejum de quase nove anos e, simultaneamente, frustrar a busca do rival por um inédito octacampeonato. É inegável que a trajetória no Brasileirão destoa significativamente do restante da temporada.

As Escolhas Táticas e Seus Custos

A configuração tática adotada pelo técnico Roger Machado tem sido um ponto de constante debate e, para muitos, um dos pilares da instabilidade recente. A insistência na formação com três volantes, ou a variação entre um volante e dois "meio-campistas" com características defensivas acentuadas, gerou questionamentos sobre a fluidez e a capacidade ofensiva da equipe.

Historicamente, o comandante preferia uma estrutura com dois marcadores no meio-campo (geralmente Fernando e outro), dois pontas (com Wesley frequentemente em campo), um meia centralizado como Alan Patrick, e um centroavante de referência. No entanto, a partir do confronto contra o Corinthians, Roger passou a incorporar um terceiro volante à formação, com Thiago Maia sendo a principal novidade nesse ajuste.

Essa alteração coincidiu com uma sequência de resultados negativos: três derrotas consecutivas, incluindo os reveses contra Corinthians, Atlético Nacional e Botafogo ? este último, embora com um time misto. O único ponto de luz nesse período foi a vitória sobre o Nacional, no Uruguai. Apesar de ter retornado ao esquema com dois volantes em alguns momentos, a aposta nos três marcadores foi reeditada contra o Atlético-MG, culminando em mais uma derrota. Ao todo, em seis partidas com essa formação, o Internacional registrou apenas uma vitória, um empate e quatro derrotas, sendo três delas pelo Campeonato Brasileiro.

Análise Crítica: Fatores Por Trás da Posição do Inter no Brasileirão
Foto: (Ricardo Duarte / Internacional)

O Preço das Lesões: Um Departamento Médico Lotado

O calendário do futebol brasileiro, já notoriamente denso, foi ainda mais compactado pela interrupção para a Copa do Mundo de Clubes. Essa cadência implacável de jogos a cada três ou quatro dias inevitavelmente cobra seu preço na integridade física dos atletas. No Internacional , a situação atingiu proporções críticas, com a enfermaria chegando a abrigar um número de jogadores equivalente a um time completo, incluindo casos de longa data.

O setor ofensivo do Colorado, em particular, foi severamente afetado. Atletas de peso como Borré, Valencia, Carbonero e Vitinho, essenciais para a produtividade do ataque, estiveram ou permanecem afastados devido a problemas clínicos. Mais recentemente, Fernando , uma peça vital no meio-campo, tornou-se mais uma "vítima" ao sofrer uma grave lesão no joelho. A lista se estende ao gol, com Rochet, goleiro de grande importância, tendo atuado por apenas 45 minutos em toda a temporada devido a sucessivos problemas de saúde.

A Priorização das Copas e o Desperdício em Casa

A hierarquia de competições no planejamento do Internacional parece ter relegado o Campeonato Brasileiro a um segundo plano. Em confrontos cruciais, como os embates fora de casa contra Botafogo e Sport, que antecediam duelos decisivos pela Libertadores (contra Nacional e Bahia, respectivamente), o técnico Roger Machado optou por poupar grande parte de seus titulares. Essa estratégia rendeu apenas um ponto de seis possíveis, evidenciando o custo da priorização.

Mesmo em partidas subsequentes disputadas em casa, contra Mirassol e Fluminense, a equipe não exibiu a mesma intensidade e vigor, possivelmente exaurida pelo peso dos compromissos internacionais anteriores. Embora o clube tenha garantido a liderança em um grupo da Libertadores que muitos consideravam o "grupo da morte", a contrapartida foi uma severa deterioração de sua posição no torneio de pontos corridos.

O desempenho no Beira-Rio, tradicionalmente um trunfo do Colorado, tem sido frustrante. Embora as duas únicas vitórias no Brasileirão tenham ocorrido em seus domínios, contra Cruzeiro e Juventude, a equipe colecionou resultados abaixo do esperado diante de sua torcida. Se a derrota para o Palmeiras pode ser considerada aceitável, o empate com o Mirassol, e o revés para o Fluminense, são inaceitáveis, especialmente considerando que o time vinha de importantes triunfos na Libertadores, o que deveria insuflar confiança e ímpeto.

A Vulnerabilidade Defensiva: Um Calcanhar de Aquiles

Um dos dados mais preocupantes na campanha do Internacional é a fragilidade de sua retaguarda. O clube ostenta a segunda pior defesa do Brasileirão, com 18 gols sofridos, igualando-se a Fortaleza e Sport (este último com um jogo a menos). Apesar de um início de torneio promissor, com apenas um gol concedido nas três primeiras rodadas, a solidez defensiva desmoronou rapidamente.

Após esse período inicial, a defesa Colorada foi vazada em todas as nove partidas seguintes, sem exceção. Os momentos mais críticos ocorreram nas goleadas sofridas para Corinthians e Botafogo, ambos confrontos fora de casa, onde o Inter acumulou um total de oito gols sofridos, quatro em cada partida. Essa inconsistência transformou a defesa em um dos principais calcanhares de Aquiles da equipe.

O Desafio Pós-Parada: Reverter o Cenário

A soma desses fatores ? escolhas táticas questionáveis, um departamento médico sobrecarregado, a priorização de outras competições e uma defesa porosa ? delineia um panorama complexo para o Internacional no Campeonato Brasileiro. A pausa no calendário surge como uma oportunidade crucial para a equipe reavaliar sua estratégia, recuperar atletas e, acima de tudo, reencontrar o caminho da consistência e da vitória na liga nacional.

O futuro imediato do Colorado no Brasileirão dependerá diretamente da capacidade de sua comissão técnica e elenco em transformar essas adversidades em aprendizado, reajustando a rota para escapar da incômoda zona de rebaixamento e honrar a tradição de um clube de sua envergadura.

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Cássio

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Comentado em 15/06/2025 09:30 Aff, tá osso! Mas seguimos na pegada! rs
Eduarda

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Comentado em 15/06/2025 07:20 Não dá pra desanimar, galera! É só um começo complicado, vamos dar a volta por cima!
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