Otacílio Gonçalves: Mestre Campeão de Inter, Grêmio e Athletico Se Despede

O cenário do futebol brasileiro amanheceu mais sombrio nesta terça-feira, com a notícia do falecimento de Otacílio Gonçalves, aos 85 anos, em Porto Alegre. Conhecido carinhosamente no meio esportivo como "Chapinha", o ex-treinador deixou um legado de conquistas expressivas, tendo erguido troféus por gigantes como Internacional, Grêmio, Athletico Paranaense e Paraná Clube. A razão exata de seu passamento não foi publicamente detalhada.

Nascido em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, Gonçalves forjou parte de sua identidade com o Internacional , integrando a comissão técnica que conduziu o Colorado à glória do tricampeonato brasileiro nos anos de 1975, 1976 e 1979. Sua transição para a função de técnico principal ocorreu em 1981, à frente do Figueirense. Após uma passagem pelo São Bento-SP, o notável estrategista retornaria ao solo gaúcho em 1984, assumindo o comando do Internacional .

Foi em seu retorno ao Beira-Rio que "Chapinha" cimentou seu primeiro grande triunfo como técnico, liderando o Inter à conquista do Campeonato Gaúcho de 1984. O êxito, contudo, não o limitou ao seu estado natal. No ano seguinte, já no Paraná, ele guiaria o Athletico Paranaense ao título estadual, repetindo a façanha em 1987, desta vez com o Pinheiros, antes de assumir o comando técnico do Coritiba.

O Legado Imortal de um Visionário do Banco de Reservas

A versatilidade de Gonçalves era notória. Em 1988, ele cruzaria a fronteira da rivalidade gaúcha para comandar o Grêmio, levando o Tricolor à vitória no Campeonato Gaúcho. Mas foi no Paraná Clube que "Chapinha" talvez tenha deixado sua marca mais indelével, conquistando o bicampeonato paranaense em 1991 e 1995, além do importante título da Série B em 1992. Sua contribuição foi tão significativa que ele é reverenciado como um dos maiores estrategistas da história do "Tricolor da Vila", sendo este o último clube que dirigiu antes de encerrar sua brilhante carreira em 2002.

Sua expertise e conhecimento tático não se restringiram aos clubes. Otacílio Gonçalves também integrou a comissão técnica da Seleção Brasileira durante a Copa América de 1991, disputada em solo chileno, demonstrando a amplitude de sua influência no futebol nacional. Ao longo de sua jornada, o técnico acumulou passagens por diversas outras agremiações de prestígio no Brasil, incluindo Atlético-MG, Palmeiras, Bahia, Santa Cruz, Náutico, Portuguesa e Gama, evidenciando sua capacidade de adaptação e impacto em diferentes cenários.

Ainda que seu nome esteja fortemente associado ao futebol nacional, "Chapinha" também aventurou-se além-fronteiras, com experiências significativas na seleção do Kuwait e em clubes do Japão, expandindo seu repertório e visão de jogo. A notícia de seu falecimento gerou uma onda de pesar e manifestações de luto por parte dos clubes por onde passou, um testemunho do respeito e da admiração que conquistou ao longo de décadas dedicadas ao esporte.

Um Mestre Estratégico e Colecionador de Títulos

Para ilustrar a amplitude de suas conquistas como técnico principal, apresentamos os principais títulos de Otacílio Gonçalves:

Otacílio Gonçalves não foi apenas um técnico; foi um formador de equipes, um estrategista perspicaz e um personagem que, com sua simplicidade e competência, deixou uma marca indelével na história do futebol brasileiro e, em particular, nos corações das torcidas colorada, gremista e paranaense. Sua partida representa a perda de uma figura ímpar, cujo legado de trabalho e conquistas permanecerá vivo na memória do esporte.