Mundial de Clubes: Inter de Milão empata com Monterrey; Sergio Ramos marca

Sob um sol escaldante de 30 graus Celsius no icônico Rose Bowl, em Los Angeles, a Inter de Milão enfrentou um desafio inesperado na estreia do Grupo E do Mundial de Clubes. Longe de uma performance dominante, a equipe italiana viu-se forçada a um empate em 1 a 1 contra um determinado Monterrey, que contou com a maestria e o faro de gol do experiente Sergio Ramos. A partida, que teve a arbitragem do brasileiro Wilton Pereira Sampaio, sublinhou as dificuldades inerentes a um torneio de curta duração e as surpresas que o futebol global pode reservar.

O resultado, longe de ser ideal para os italianos, revelou-se um alívio para o River Plate. Os argentinos, que haviam garantido uma vitória mais cedo sobre o Urawa Reds, agora desfrutam de uma liderança isolada na chave. Este cenário adiciona uma camada de pressão sobre a Inter, que agora precisa de uma resposta robusta para não comprometer sua campanha logo no início do torneio.

Cenário do Grupo E e Implicações do Empate

O empate em 1 a 1 entre Inter de Milão e Monterrey reconfigurou provisoriamente a tabela do Grupo E, colocando o River Plate em uma posição confortável na liderança. A performance aquém do esperado da Inter lança dúvidas sobre a capacidade da equipe de impor seu favoritismo, enquanto o Monterrey celebra um ponto valioso que pode ser decisivo na busca pela classificação.

A classificação atual do Grupo E se apresenta da seguinte forma:

Os próximos confrontos serão cruciais para a definição dos classificados. A Inter de Milão terá a chance de se reabilitar no sábado, quando enfrentará o Urawa em Seattle, a partir das 16h (horário de Brasília). Enquanto isso, o Monterrey medirá forças com o líder River Plate, no mesmo palco do embate anterior, às 22h (horário de Brasília), prometendo um confronto de alto nível.

O Duelo Tático e os Gols Decisivos

A primeira etapa do confronto foi marcada por um domínio territorial da Inter, que, apesar de sua superioridade na posse de bola (superando os 70%), encontrou uma defesa mexicana intransponível. A equipe do estreante Cristian Chivu tentou triangulações e infiltrações, mas esbarrou em uma linha defensiva de cinco jogadores, extremamente atenta e bem postada. Nos primeiros vinte minutos, a estratégia defensiva do Monterrey resultou em três impedimentos europeus, evidenciando a dificuldade da Inter em romper o bloqueio.

Aos 22 minutos, um lance isolado de Darmian, que finalizou para fora da entrada da área, prenunciou o castigo. Quase que imediatamente, em um escanteio originado de um contra-ataque finalizado por Ocampos, o Monterrey abriu o placar. Torres cobrou com precisão, e Sergio Ramos, aos 39 anos, demonstrou sua eterna maestria no jogo aéreo, superando a marcação e o goleiro Sommer para balançar as redes: 1 a 0 para os mexicanos.

O gol sofrido forçou a equipe italiana a uma postura mais agressiva. As jogadas, antes travadas, começaram a encontrar o caminho do gol adversário. Esposito, por exemplo, testou o goleiro Andrada com uma finalização à queima-roupa antes da parada para hidratação. A pausa serviu como um catalisador para os vice-campeões da Champions, que, com mais gás, orquestraram uma jogada ensaiada de bola parada. Asllani lançou para Carlos Augusto, que tocou de primeira para o meio, e Lautaro Martínez, livre de marcação, apenas empurrou para o fundo das redes, empatando a partida em 1 a 1.

Um lance curioso marcou os minutos finais da etapa inicial. Diante de uma falta já dentro da meia-lua da área para a Inter, Andrada optou por montar uma espécie de barreira dupla, com quatro jogadores em cada lado e um "vão" de cerca de dois metros no meio. Posicionado entre os blocos, o camisa 1 do Monterrey viu sua estratégia funcionar: o chute atingiu um de seus defensores, garantindo a igualdade antes do intervalo.

Segunda Etapa: Ritmo Lento e Oportunidades Perdidas

A etapa final da partida começou com um ritmo visivelmente mais lento, levando os treinadores a agirem rapidamente. Chivu, que já havia promovido a entrada de Thuram no intervalo, também acionou o brasileiro Luis Henrique. Do lado do Monterrey, Domènec, ex-Flamengo, buscou renovar o fôlego do meio-campo com as entradas de Aguirre e Deossa, substituindo Chávez e Torres, respectivamente.

O confronto, que parecia morno após o reinício, ganhou emoção a partir dos 18 minutos. Os mexicanos estiveram perto de reassumir a liderança quando Canales acertou a trave em um chute de longa distância. A Inter respondeu pouco depois com uma nova jogada coletiva que culminou em uma "cavadinha" de Lautaro Martínez para as redes, mas o lance foi corretamente anulado por impedimento, o oitavo dos italianos na partida, um número preocupante que indica problemas de posicionamento ofensivo.

Apesar de retomarem o controle das ações, os italianos pecaram na finalização. Lautaro Martínez desperdiçou uma oportunidade clara dentro da área, chutando para longe. Posteriormente, Zalewski, que acabara de substituir Mkhitaryan, finalizou mal em um chute rasteiro, demonstrando a falta de eficácia da equipe na "última bola", um fator que se revelou determinante para a manutenção do empate.

O Monterrey, por sua vez, intensificou sua pressão nos acréscimos, criando duas oportunidades que por pouco não alteraram o placar. Primeiro, Rojas conquistou um escanteio após uma jogada individual incisiva. Em seguida, Deossa acertou a rede pelo lado de fora após invadir a área italiana. Sergio Ramos ainda tentou uma última investida em bola aérea, mas desta vez, sem o mesmo sucesso que o levou a marcar o gol.

Análise Final e Detalhes da Partida

O empate em 1 a 1 no Rose Bowl, sob o olhar atento da arbitragem brasileira liderada por Wilton Pereira Sampaio, deixou um sabor agridoce para ambas as equipes. A Inter, apesar de seu domínio na posse de bola e das chances criadas, falhou em converter sua superioridade em gols, evidenciando uma dependência excessiva de jogadas ensaiadas e uma certa ineficácia ofensiva. O Monterrey, por outro lado, mostrou-se um adversário resiliente, capitalizando em um momento de desatenção da defesa italiana e defendendo-se com bravura.

A arbitragem brasileira, composta por Wilton Pereira Sampaio, Bruno Boschillia e Bruno Pires, com Nicolas Gallo no VAR, conduziu a partida sem grandes contestações, apesar da intensidade do jogo e do grande número de impedimentos assinalados, especialmente contra a equipe italiana.

Os detalhes técnicos da partida são cruciais para a análise do desempenho das equipes:

• Data e Horário: 17 de junho, às 22h (horário de Brasília)
• Competição: 1ª rodada do Grupo E do Mundial de Clubes
• Local: Rose Bowl, em Los Angeles (EUA)
• Árbitro: Wilton Pereira Sampaio (BRA)
• Assistentes: Bruno Boschillia (BRA) e Bruno Pires (BRA)
• VAR: Nicolas Gallo (COL)
• Público: 40.311 espectadores
• Cartões Amarelos: Rodríguez (MON); Asllani, Barella, Lautaro Martínez (INT)
• Cartões Vermelhos: Não houve
• Gols: Sergio Ramos (MON), aos 24 min do 1º tempo; Lautaro Martínez (INT), aos 41 min do 1º tempo

As escalações iniciais e as substituições realizadas refletem as estratégias adotadas pelos treinadores:

MONTERREY: Andrada; Medina, Sérgio Ramos e Guzmán; Chávez (Aguirre), Torres (Deossa), Rodríguez, Canales (Rojas) e Arteaga; Ocampos (Cortizo) e Berterame (Ambríz). Técnico: Domènec Torrent

INTER DE MILÃO: Sommer; Pavard (Luis Henrique), Acerbi e Bastoni; Darmian, Barella, Asllani (Sucic), Mkhitaryan (Zalewski) e Carlos Augusto (Dimarco); Lautaro Martínez e Esposito (Thuram). Técnico: Cristian Chivu