Internacional em Queda Livre: Entenda Por Que o Z-4 é uma Realidade Persistente

A sina do Internacional parece não ter fim. Independentemente das escolhas de escalação ou dos esquemas táticos empregados, o desfecho negativo insiste em se manifestar. Seja pela falta de entrosamento coletivo ou pelas falhas individuais que teimam em aparecer, a derrota tem sido uma constante. Na Arena Fonte Nova, o placar de 1 a 0 para o Bahia, na 14ª rodada do Brasileirão 2025, pode ser considerado um alívio, dada a enxurrada de equívocos que se repetem a cada jornada, mantendo o clube em uma perigosa proximidade da zona de rebaixamento.

O técnico Ramón Díaz tem se desdobrado em busca de soluções. Com um repertório tático variado, ele experimenta diferentes modelos na esperança de uma reviravolta. Para o confronto em Salvador, sem Carbonero, suspenso, e Alan Patrick, afastado por lombalgia, o treinador manteve a linha defensiva com cinco jogadores, mas reformulou o meio-campo com três volantes, deixando Vitinho e Borré como únicos atacantes.

A partida começou com um lampejo de otimismo. A equipe gaúcha adiantou sua marcação, pressionando na área adversária e gerando oportunidades para abrir o placar. Contudo, essa fase promissora durou menos de dez minutos. A partir daí, a superioridade do Bahia começou a se consolidar, e o Internacional voltou a demonstrar as fragilidades que o acompanham.

Fragilidades Defensivas e Erros Cruciais

Inicialmente, o goleiro Ivan se destacava, realizando intervenções importantes que evitavam o pior. No entanto, a defesa colorada apresentava problemas notórios. Alan Benítez tinha dificuldades para conter Sanabria, enquanto Bernabei sofria com Ademir. O lateral-esquerdo argentino, aliás, acumulou o terceiro cartão amarelo após uma sequência de decisões equivocadas, culminando em uma falta sobre Michel Araújo, em vez de afastar a bola.

Em um momento de apreensão, Ivan soltou uma bola nos pés de Araújo, que, de forma inacreditável, desperdiçou a chance, chutando para fora. Parecia que o Internacional conseguiria segurar o empate até o intervalo. Mas Bernabei, novamente evidenciando sua vulnerabilidade defensiva, não conseguiu deter Ademir e o empurrou na entrada da área. Pênalti assinalado.

Aos 47 min do 1º tempo - pênalti cometido de Alexandro Bernabéi do Internacional contra o Bahia

Ivan , em um esforço heroico para compensar o erro do companheiro, defendeu a cobrança de Willian José. Contudo, o time inteiro falhou em conjunto. Nenhum jogador colorado se antecipou para o rebote, permitindo que o centroavante chutasse novamente. A bola acertou o travessão, e, de forma inacreditável, o Internacional concedeu uma terceira tentativa, que resultou no gol adversário.

Ataque Anêmico e Expulsão Prejudicial

Na tentativa de reverter o cenário, Ramón Díaz demonstrou mais uma vez sua insatisfação e a busca por alternativas. Substituiu Alan Benítez e Bernabei, promovendo as entradas de Gustavo Prado e Alisson, um lateral-esquerdo de apenas 17 anos que fazia sua estreia no profissional. Bruno Gomes foi recuado para atuar como lateral-direito, liberando o meio-campo para (tentar) criar.

A qualidade na construção ofensiva, porém, permaneceu ausente. O Internacional raramente ameaçou o goleiro Ronaldo. Borré, mais uma vez, teve uma atuação aquém do esperado. É verdade que a bola chega pouco ao atacante, mas quando ele a recebe, as decisões são erradas, os passes são imprecisos, e a finalização é um evento raro.

Aos 26 min do 2º tempo - cartão vermelho direto de Alisson Rodrigues do Internacional contra o Bahia

Além da ineficácia com a bola nos pés, o Colorado cometeu mais uma falha grave. O jovem Alisson, em sua estreia, tentou fazer a cobertura de Thiago Maia, que havia sido driblado por Nestor. No entanto, o garoto abusou da intensidade, entrou com força excessiva e atingiu o adversário. Inicialmente, recebeu o cartão amarelo, mas o árbitro Flávio Rodrigues de Souza foi chamado para revisar o lance e, após análise, expulsou o estreante, que permaneceu em campo por apenas 26 minutos.

Números Alarmantes e o Desafio da Reação

Sem força para reagir, o Internacional só voltou a ameaçar nos acréscimos, com um chute de longe de Gustavo Prado que não ofereceu perigo ao Bahia. Mais uma derrota para a conta, a 12ª em 29 partidas na temporada. A equipe também atingiu marcas indesejáveis:

Os 42 gols sofridos superam os 41 de 2016, ano em que o clube foi rebaixado. Além disso, a pontuação máxima que o time pode alcançar em 2025 é de 62 pontos, o que significa que não será possível igualar os 65 pontos conquistados em 2024.

A realidade atual impõe um cenário preocupante: encontrar os dez pontos necessários para atingir a marca simbólica de 45 pontos, número frequentemente associado à segurança contra o rebaixamento. A grande questão é onde este time, tão fragilizado, buscará essa reação. No próximo sábado, o desafio será contra o Fluminense, no Maracanã. Mais uma oportunidade para tentar uma virada de rumo ? ou para se afundar ainda mais na tabela.

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