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Internacional e SAF: Desvendando a Estratégia Financeira do Gigante Colorado

Por Redação FutInter em 30/07/2025 11:13

O debate que permeia a Sociedade Anônima do Futebol (SAF) continua a redefinir o panorama do futebol brasileiro, e o Sport Club Internacional não se mantém alheio a essa transformação estrutural. O presidente Alessandro Barcellos, em recente manifestação, ofereceu novas perspectivas sobre como o clube de Porto Alegre aborda a potencial transição para um modelo empresarial.

Embora o tema ganhe destaque em diversas esferas, o dirigente colorado enfatizou que o debate formal e as avaliações internas sobre a adoção de uma SAF ainda não foram oficialmente iniciados. Contudo, Barcellos sublinha a iminente necessidade de tal discussão, reconhecendo que a análise desse novo panorama é crucial, não apenas sob o prisma da gestão, mas também da própria estrutura institucional do clube.

Ainda não começamos a discussão, o debate, as avaliações internas. Isso vai acontecer em breve, porque é necessário que se avalie este cenário novo. Isso tem uma questão não só de gestão, mas uma questão institucional do clube.

O Cenário Econômico do Internacional e a Necessidade de Reestruturação

A urgência em explorar novas avenidas financeiras no Internacional é acentuada pelo significativo passivo fiscal que o clube enfrenta. Em maio, a administração concretizou um acordo de transição tributária com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, um passo vital para endereçar uma dívida que se aproxima dos R$ 378 milhões.

Conforme dados apresentados pela própria diretoria, esse montante de endividamento tem um impacto anual substancial no orçamento do Colorado, comprometendo uma faixa que varia entre R$ 80 milhões e R$ 100 milhões. Tal comprometimento financeiro, naturalmente, restringe de forma considerável a capacidade de investimento no futebol profissional, um fator crítico para a competitividade.

O próprio Barcellos já havia sinalizado que a folha salarial do Inter figura atualmente entre a oitava e a décima posição no ranking dos clubes brasileiros. A cúpula diretiva reconhece que, sem a identificação e implementação de novas fontes de receita, a tarefa de rivalizar com adversários que já migraram para modelos empresariais ou que, mesmo mantendo o formato associativo, dispõem de receitas superiores, torna-se cada vez mais árdua.

Internacional e SAF: Desvendando a Estratégia Financeira do Gigante Colorado
Foto: (Ricardo Duarte/Internacional)

SAF no Internacional: Cautela, Análise e a Busca por Modelos Adaptados

Apesar das recorrentes especulações sobre o interesse de potenciais investidores no ativo do Internacional , o presidente reforçou que, até o momento, não houve qualquer tipo de consulta formal. A postura do clube, nesse cenário, é de serenidade, refletindo a percepção de valorização da marca no mercado.

Nós não tivemos nenhuma procura até agora. Estamos trabalhando com muita calma nesse assunto. Que bom que falam por aí do Internacional, porque é um ativo, um clube valorizado, um clube que tem procurado fazer a sua parte.

Internamente, a estratégia definida pelo clube prevê a elaboração de um estudo técnico aprofundado sobre os diversos modelos de investimento disponíveis. A intenção, conforme explicitado pelo presidente, é contratar uma consultoria externa ainda em 2025. O objetivo primordial é que essa consultoria apresente alternativas que se alinhem não apenas às necessidades financeiras, mas também à rica cultura institucional do Colorado. Esse processo será conduzido em estreita colaboração com o Conselho Deliberativo.

Não podemos demorar muito para fazer, para chegar lá na frente e poder pelo menos ter a visão das alternativas que o clube pode expor. Nossa preocupação hoje é o clube não ficar a reboque de coisas que vão acontecer no futebol.

Preservação da Identidade: O Dilema do Controle e a Paixão Colorada

Mesmo diante dos desafios financeiros e da busca por novas fontes de receita, o Internacional demonstra uma clara preferência por soluções que não impliquem na completa cessão do controle acionário a um investidor externo. O vice-presidente Dalton Schmitt Jr. detalhou essa visão, indicando que o clube pondera formatos que contemplem uma participação minoritária de investidores, salvaguardando assim a autonomia administrativa.

A gente não precisa ter um dono. Pode ser uma sociedade de duas partes. Pode ser uma sociedade minoritária, onde vem um investidor que não necessariamente precisa comprar o controle, mas vai amarrar aquilo que lhe interessa no início da gestão.

O dirigente também fez uma crítica incisiva à instabilidade observada em algumas SAFs que, após períodos de insucesso, passaram por trocas de gestão ou de proprietários, levantando questionamentos sobre a verdadeira sustentabilidade de certos modelos adotados.

Não teve lucro, não deu certo e vendeu para outro. Quando não conseguir, vai vender para outro. Isso é uma questão que eu acho que aqui para o Rio Grande do Sul pode ser mais pesada. Pode ser mais difícil.

Além das considerações financeiras e jurídicas, o debate em torno da SAF no Internacional incorpora um elemento crucial: a preservação da identidade do clube. Os dirigentes reconhecem que o engajamento fervoroso da torcida e a arraigada tradição associativa são pilares fundamentais que devem ser meticulosamente considerados em qualquer transição.

Porque no final, principalmente no Brasil, o torcedor é muito apaixonado, né? A gente que olha as ligas de outros países percebe como essas relações são muito menos arraigadas, muito menos emocionais. São muito mais ligadas ao entretenimento do que propriamente à emoção. E não é o caso no futebol daqui.

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Eduarda

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Comentado em 30/07/2025 15:30 Confio no Baixinho Barcellos, ele tá no controle!
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Comentado em 30/07/2025 13:20 Salve, galera! Acho maneiro essa calma na questão da SAF, passo a passo, sem pressa. Nosso Colorado tem que seguir no ritmo certo!
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