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Inter x Maracanã: Análise da Vitória Sofrida e Dificuldade Ofensiva | Copa do Brasil
Por Redação FutInter em 29/04/2025 21:31
Embora o Internacional não esteja necessariamente atravessando um período de baixa performance geral, torna-se inegável a expressiva dificuldade enfrentada pela equipe em gerar lances de perigo quando confrontada com sistemas defensivos compactos. Mesmo tendo anotado sete tentos nos confrontos que precederam este, o desempenho ofensivo do Inter já exibiu maior variedade de recursos. O triunfo apertado e conquistado com sacrifício frente a um adversário da Quarta Divisão nacional, atuando em seu próprio domínio no Beira-Rio, serve como um retrato cristalino dessa realidade.
É relevante notar que grande parte dos gols recentes do Internacional originou-se de jogadas de bola parada pelo alto. Embora isso demonstre uma valência da equipe, igualmente sublinha a carência criativa já mencionada. A escalação com diversas peças modificadas pode ser vista como um fator atenuante, contudo, a performance exibida reflete um padrão que se manifesta mesmo quando o elenco principal está em campo ? e isso sem sequer ponderar a gritante diferença de nível técnico entre os clubes neste embate.
A Luta Contra a Defesa Adensada
Apesar de dominar a posse de bola, ultrapassando os 70%, e de se manter predominantemente nas imediações da área rival, o Internacional falhou em converter essa superioridade territorial em produtividade ofensiva durante a primeira etapa. A equipe encontrou-se enredada na organização defensiva do Maracanã pela maior parte do tempo, só conseguindo impor maior perigo nos momentos finais do primeiro tempo, quando a condição física dos visitantes demonstrou visível declínio. O Maracanã, por sua vez, optou por adensar sua defesa nas proximidades da própria meta, repelindo a vasta maioria das 35 tentativas de cruzamento desferidas pelo Colorado nos 54 minutos iniciais.
A estratégia inicial do técnico Roger Machado envolveu a projeção simultânea dos laterais, com Aguirre e Ramon encarregados de conferir amplitude ao jogo no setor ofensivo. Paralelamente, Wesley e Bruno Tabata buscavam movimentar-se pelo centro, procurando proximidade com Thiago Maia, Romero e Enner Valência. Embora a equipe gaúcha conseguisse imprimir velocidade à circulação da bola e prontamente neutralizasse as esporádicas tentativas de contragolpe do Maracanã, falhava crucialmente em estabelecer as ligações essenciais nas cercanias da área adversária. O resultado era a precipitação de cruzamentos, mesmo quando a ocupação da área não era ideal para capitalizá-los. Nesse quadro, o zagueiro Wendel, do Maracanã, que precisou ser substituído ainda no primeiro tempo devido a uma lesão no joelho, sobressaiu-se pela eficácia em suas intervenções defensivas.
Segundo Tempo: Mudanças e Lances Capitais
Gradualmente, o Internacional passou a ocupar o espaço na área com maior eficiência em resposta aos cruzamentos. Wesley chegou a balançar as redes com um belo toque de letra após um levantamento de Tabata , porém o lance foi invalidado por impedimento. Enquanto isso, a equipe visitante ensaiava contragolpes, mas a escassez de jogadores em posições favoráveis no campo de ataque impedia que fossem efetivos. Suas tentativas ofensivas limitavam-se a ligações diretas para o ataque, sem sucesso.
As oportunidades mais claras do Internacional na primeira etapa surgiram somente após a marca dos 40 minutos, momento em que o Maracanã começou a apresentar falhas de recomposição após suas próprias tentativas de saída rápida, além de ceder espaços em rebotes de escanteio. O goleiro Rayr, do Maracanã, destacou-se com uma grande intervenção que impediu o gol de Aguirre. Thiago Maia e Romero também protagonizaram lances promissores na área, e Wesley por pouco não marcou em duas finalizações. Do lado cearense, a única ameaça real partiu do centroavante Bravo, que conduziu um contragolpe individual e finalizou com a perna esquerda, acertando a rede pelo lado de fora. Enner Valência, por sua vez, demonstrou mais uma performance aquém de seu potencial habitual.
Para o início da etapa final, a equipe visitante promoveu as entradas de Anderson Santos e Testinha, substituindo Davi Torres e Wilker. O técnico Roger Machado, do Internacional , realizou uma inversão posicional entre Tabata e Wesley , visando evidentemente explorar mais a profundidade pelos corredores laterais, utilizando um jogador destro pela direita e um canhoto pela esquerda. Bruno Tabata , em articulações com Ramon , conseguiu alcançar a linha de fundo em algumas ocasiões. Já Wesley , atuando pela direita, não contou com a mesma frequência da aproximação de Aguirre.
Pouco tempo depois, contudo, o comandante colorado optou por retirar Bruno Tabata , inserindo Vitinho. Rogel, que enfrentava dificuldades nos duelos individuais contra Bravo, também foi substituído por Gustavo Prado. Com essas alterações, Fernando foi deslocado para a linha defensiva, Thiago Maia assumiu a função de primeiro volante, e Wesley passou a atuar mais próximo da área, ao lado de Valência.
Polêmicas e a Insistência nos Cruzamentos
Apesar de um lance promissor de Gustavo Prado , que resultou em bola na trave próximo aos 20 minutos, a capacidade de criação ofensiva do Internacional não demonstrou melhora significativa. Roger não hesitou em promover mais duas substituições, retirando Óscar Romero e Enner Valência para dar lugar a Alan Patrick e ao promissor centroavante Raykkonen, de apenas 16 anos.
Alan Patrick , ao entrar, teve a oportunidade de abrir o placar em uma cobrança de pênalti sofrido por Wesley . No entanto, o goleiro Rayr, um dos destaques do Maracanã, adivinhou o canto esquerdo e defendeu a finalização sem força do camisa 10. A pressão colorada persistiu, mas baseada mais na intensidade do que na articulação de jogadas bem elaboradas, resumindo-se a trocas de passes laterais e insistentes cruzamentos a partir da intermediária.
O garoto Raykkonen chegou a ter um gol anulado nos instantes finais do confronto, em lance polêmico. Contudo, logo na sequência, Gustavo Prado aproveitou o rebote de uma cabeçada de Wesley na trave e garantiu o gol que selou a vitória do Internacional . Wesley , após a saída de Valência, tornou-se a referência mais efetiva dos gaúchos na área, obtendo mais sucesso nos duelos aéreos do que o atacante equatoriano, mostrando-se produtivo em meio ao volume massivo de cruzamentos colorados.
O volume de jogadas aéreas foi estarrecedor: foram contabilizados 73 cruzamentos direcionados à área do Maracanã ao longo dos impressionantes 115 minutos de partida no Beira-Rio! As extensas interrupções para revisão pelo VAR, após cada uma das três ocasiões em que a bola ultrapassou a linha de gol adversária, contribuíram significativamente para a exacerbação da impaciência do público presente nas arquibancadas.

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