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Inter busca aprovação para debêntures e discute garantias em meio a desafios financeiros

Por Redação FutInter em 16/12/2024 07:24

O Desafio Financeiro do Internacional e a Proposta de Debêntures

O Sport Club Internacional está em um momento crucial de sua gestão financeira. O clube gaúcho propôs a emissão de debêntures, buscando captar R$ 200 milhões no mercado, com o objetivo de reestruturar suas dívidas e otimizar seu fluxo de caixa. A iniciativa, liderada pelo presidente Alessandro Barcellos, tem gerado debates acalorados entre os conselheiros e torcedores, com argumentos favoráveis e contrários à medida.

O cerne da questão reside na necessidade de o clube reduzir seus encargos financeiros. Segundo o vice-presidente Ivandro Morbach, o clube gasta anualmente cerca de R$ 80 a R$ 90 milhões apenas em juros, um valor que compete diretamente com os investimentos no futebol. "Queremos enfrentar a dívida, pagar menos juros e também aliviar o fluxo de caixa para a operação anual do clube. Auxiliará os custos do futebol para trabalhar o planejamento da pasta. Não é só para agora, mas ao clube, para as próximas gestões", afirmou Morbach.

Entendendo as Debêntures e a Estrutura da Operação

As debêntures, em essência, são títulos de dívida emitidos por empresas, negociados no mercado financeiro. No caso do Inter, a operação se assemelha a um empréstimo, mas em vez de recorrer a bancos, o clube busca investidores. Estes, ao adquirirem as debêntures, são remunerados com juros ao final do prazo. A vantagem, segundo a direção, é que as taxas de juros são mais atrativas devido às garantias oferecidas.

Para que o projeto seja aprovado, é preciso que 50% mais um dos conselheiros votem favoravelmente. O plano de pagamento aos investidores se estende por cinco anos, com o objetivo de diluir a dívida com juros menores do que os praticados pelos bancos. A direção do clube já teria assegurado metade do valor pretendido, com o apoio dos bancos Banrisul e BMG, que entrariam com R$ 50 milhões cada.

A Polêmica das Garantias e o Beira-Rio

Um dos pontos mais controversos da proposta é a inclusão do Estádio Beira-Rio como garantia da operação. O estádio foi colocado como a quarta e última garantia, após a receita do quadro social, bilheteria e um fundo reserva. Essa decisão gerou preocupação entre os torcedores e conselheiros, que temem a possibilidade de perder o estádio caso o clube não honre seus compromissos.

A direção, por sua vez, tenta tranquilizar os ânimos, argumentando que o Beira-Rio é uma garantia simbólica e que não há risco real de perdê-lo. "É uma questão simbólica, por ser a casa do Inter. Está no negócio como uma garantia, mas temos toda a segurança. Fizemos um teste dentro do mercado financeiro como se fosse há 10 anos, se as garantias primárias eram suficientes, com quadro social e bilheteria. Passamos com louvor, mesmo no período da pandemia, quando o quadro social atingiu o pico de inadimplência, assim como a enchente. O clube tem condição de honrar as garantias. Temos certeza que a transação em um período de cinco anos que propusemos é vantajosa", defendeu Morbach.

Detalhes do Projeto e Próximos Passos

O projeto de debêntures já foi apresentado a grupos de conselheiros nos últimos meses. Nesta segunda-feira, o vice de Finanças, Leandro Bergmann, detalhará a proposta a todos os conselheiros, juntamente com uma simulação realizada pelo clube. Em seguida, os conselheiros votarão a aprovação ou não da emissão dos títulos.

Além do Beira-Rio, as garantias oferecidas aos investidores incluem o fluxo de sócios, a receita de bilheteria e um fundo de reserva. O clube também se compromete a seguir uma série de obrigações de governança, incluindo um limitador de novos endividamentos e o controle de gastos. "Precisamos enfrentar e baixar o endividamento. São mecanismos que o clube adota, uma responsabilidade para ter uma gestão financeira responsável. Ainda será proposto ao Conselho a formação de uma comissão que acompanhará a execução do enfrentamento da dívida", explicou Morbach.

O Destino dos Recursos e o Tamanho da Dívida

O montante captado com a emissão das debêntures será utilizado para o pagamento de dívidas, que atualmente somam cerca de R$ 750 milhões. O clube busca, com esta operação, não apenas quitar débitos, mas também reduzir seus custos financeiros e liberar recursos para investimentos no futebol. A expectativa é que a reestruturação financeira permita ao Internacional ter uma gestão mais eficiente e sustentável no longo prazo.

A complexidade da situação financeira do Internacional e a ousadia do plano de emissão de debêntures exigem uma análise cuidadosa por parte dos conselheiros. A decisão a ser tomada tem o potencial de impactar o futuro do clube, tanto no âmbito financeiro quanto esportivo. A inclusão do Beira-Rio como garantia, embora simbólica, é um ponto de preocupação para muitos, e a direção do clube terá que demonstrar segurança e transparência na gestão desta operação para acalmar os ânimos e obter a aprovação necessária.

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