Inter Adota Medidas Drásticas Após Rejeição de Debêntures

Rejeição do Plano de Debêntures e o Impacto Financeiro

A recente recusa do projeto de emissão de debêntures pelo Conselho Deliberativo do Internacional forçou a gestão do clube a buscar alternativas mais severas para solucionar sua delicada situação financeira. Alessandro Barcellos, o presidente do clube, expressou seu desapontamento com a decisão tomada e enfatizou que a venda de jogadores será uma medida indispensável para atenuar o déficit nas contas do clube.

A votação, que ocorreu na noite de segunda-feira no Beira-Rio, resultou em 161 votos contrários ao projeto, contra 159 votos favoráveis. Essa margem apertada revelou a divisão de opiniões dentro do conselho e culminou em uma derrota política para Barcellos e sua administração.

A Estratégia de Debêntures e o Ponto de Discórdia

O plano da gestão colorada envolvia a emissão de títulos da dívida para arrecadar R$ 200 milhões junto a investidores. O objetivo era substituir dívidas com juros elevados por outras com juros menores, com um prazo de pagamento de cinco anos. A principal garantia oferecida aos investidores era a alienação do Beira-Rio, o que gerou grande discordância entre os conselheiros e se tornou o principal entrave para a aprovação do projeto.

Medidas de Emergência e Venda de Atletas

Diante do revés, o dirigente assegurou que buscará, junto a seus colaboradores, uma nova maneira de enfrentar as dívidas. Uma das principais ações será a venda de jogadores, mesmo que isso afete o desempenho esportivo da equipe na próxima temporada. Barcellos afirmou: "É necessário enfrentarmos isso de uma outra forma. O remédio é mais amargo. Eu não tenho dúvida que o remédio é mais amargo porque não existe mágica no futebol."

O presidente também ressaltou a necessidade de reduzir custos e a importância da venda de atletas para a sobrevivência do clube e para o pagamento de contas pendentes, muitas delas agravadas pelas enchentes recentes, que causaram um impacto financeiro de mais de R$ 90 milhões. "As medidas serão tomadas, nós vamos trabalhar. O Plano B é buscar a redução, sim, de custos. É a venda de atletas necessária para que o clube sobreviva, para que a gente possa pagar as contas que não foram pagas ao longo do ano," declarou Barcellos.

A Necessidade de Equilibrar as Contas

O Internacional busca fechar o ano com, no mínimo, R$ 65 milhões em vendas para atenuar o impacto do déficit projetado em R$ 44 milhões. Wesley é apontado como o principal jogador cotado para deixar o Beira-Rio. O Krasnodar, da Rússia, formalizou uma proposta de 10 milhões de euros (equivalente a R$ 61,63 milhões), além do perdão de uma dívida referente à contratação de Wanderson.

A situação financeira do clube exige medidas urgentes e, conforme o próprio presidente, "até que a gente possa buscar uma solução mais definitiva", a venda de jogadores será uma das principais estratégias para lidar com a crise.