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Dívida do Inter Revelada: O Que Significa para o Futuro Financeiro do Clube?

Por Redação FutInter em 09/07/2025 17:51

O Sport Club Internacional, em um evento recente no Beira-Rio, abriu suas contas e trouxe à luz detalhes significativos sobre sua realidade econômica, com uma dívida estimada em R$ 850 milhões. A discussão sobre a implementação de um modelo de Sociedade Anônima do Futebol (SAF) também ganhou destaque nas explanações dos executivos, que apresentaram um panorama financeiro do ano corrente.

A gestão da saúde financeira do clube é um tema de constante vigilância e severa dificuldade. É um dilema perene equilibrar a imperativa necessidade de investimentos no elenco para assegurar a competitividade em campo com a imprescindível manutenção da sustentabilidade econômica a longo prazo. A equação é complexa e exige decisões estratégicas e, por vezes, impopulares.

Giovane Zanardo, CEO do Internacional , ofereceu uma perspectiva sobre a abordagem em relação ao passivo. Ele enfatizou que o objetivo não é erradicar completamente o endividamento, mas sim ajustá-lo a um patamar que seja compatível com as receitas, garantindo assim uma condição financeira robusta para o clube em um horizonte de médio e longo prazo.

Estratégias Financeiras e o Peso da Dívida do Inter

O CEO delineou duas frentes principais de atuação para o desafio financeiro. A primeira consiste em aprimorar as fontes de receita, visando elevar o faturamento e, consequentemente, reduzir a proporção entre dívida e receita, o que naturalmente otimiza o fluxo de caixa para fazer frente aos compromissos. A segunda via envolve a busca por soluções estruturantes, como a operação de debêntures que, apesar de ter sido levada para apreciação das instâncias deliberativas do clube, não obteve aprovação em dezembro último, sendo considerada inoportuna naquele momento.

Com a negativa ao projeto de debêntures, a diretoria se vê compelida a explorar e concretizar novas avenidas para a captação de recursos. Um exemplo tangível apontado pelo CEO foi a intensificação do debate em torno da criação de uma liga única no futebol brasileiro, iniciativa que, segundo a visão apresentada, poderia beneficiar não apenas o Colorado, mas todos os clubes envolvidos ao gerar receitas mais substanciais e equitativas.

Em sua intervenção no evento, o presidente Alessandro Barcellos reforçou a análise, sublinhando o notável crescimento das receitas que o clube tem experimentado. Como prova desse avanço, o Internacional firmou neste ano o contrato de patrocínio máster de maior valor em sua trajetória, um indicativo da capacidade de atração de investimentos.

O Debate da SAF: Um Novo Modelo de Investimento para o Internacional?

Barcellos aprofundou a questão de um novo modelo de investimento, destacando que essa é uma matéria que transcende a esfera meramente administrativa, englobando também a dimensão política do clube e as responsabilidades da gestão em propor e dialogar com o Conselho Deliberativo. ?Existe a discussão de um novo modelo de investimento, que passa pelo aspecto político do clube, pela gestão, que tem as suas responsabilidades de propor, que passa pelo Conselho Deliberativo?, afirmou o presidente.

O grande desafio, conforme o mandatário, reside agora em formalizar e conduzir este debate. ?Esse é o desafio agora, instituirmos esse debate, como já estamos construindo com a presidência do Conselho, para fazer um debate sobre o modelo de investimento futuro do Internacional ?, concluiu Barcellos, indicando um caminho de diálogo interno e estratégico.

A Sociedade Anônima do Futebol (SAF) surge como uma das alternativas mais discutidas para atrair capital novo, modelo já adotado por diversas agremiações no cenário nacional. O presidente assegurou que o processo de discussão institucional sobre o tema será não apenas iniciado, mas também concluído dentro do presente ano.

Essa afirmação significa que o clube se dedicará à análise de diversas opções de negócios, não se restringindo apenas à SAF, com o intuito de, posteriormente, avançar por um determinado caminho em busca de um ?recurso maior novo?, nas palavras do próprio presidente, sem, contudo, implicar uma conclusão imediata pela adoção de um modelo específico.

Sustentabilidade Operacional e o Desafio da Dívida

Barcellos fez uma distinção crucial entre a performance operacional do clube e o peso da dívida acumulada. ?Não estou aqui eximindo a responsabilidade (sobre a dívida), mas afirmo que o Internacional , operacionalmente, é superavitário. Se tirar o valor do que significa o serviço da dívida, e tirar a venda de atletas, que também não é uma receita operacional recorrente, o Internacional é superavitário?, destacou. Essa perspectiva revela que, em sua atividade-fim, o clube gera mais receitas do que despesas, mas é o passivo histórico e a dependência de vendas de jogadores que desequilibram a balança.

Apesar do superávit operacional, o presidente reconhece a gravidade da situação: ?O que precisamos é resolver esse peso nas costas que, infelizmente, nós fazemos parte disso. Não conseguimos enfrentar de uma forma mais forte para que ela se resolva?. A declaração sublinha a complexidade do desafio e a percepção de que a dívida é um fardo que impede o pleno desenvolvimento do potencial do clube, exigindo uma solução estrutural e definitiva.

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