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A Polêmica que Deu o Título ao Inter em 1992: A Verdade do Herói Revelada

Por Redação FutInter em 29/07/2025 05:11

Há mais de três décadas, o Sport Club Internacional conquistava sua primeira e única taça da Copa do Brasil, em um confronto memorável contra o Fluminense, no Beira-Rio. A vitória por 1 a 0, naquele 13 de dezembro de 1992, selava um capítulo dourado na história colorada. Contudo, a glória daquela conquista é indissociável de um lance controverso, um pênalti que, se reavaliado pelos padrões tecnológicos atuais, poderia ter alterado drasticamente o desfecho daquela final.

A tecnologia do Árbitro de Vídeo (VAR), hoje peça central na validação ou anulação de jogadas duvidosas, não existia à época. Essa ausência, curiosamente, é hoje reconhecida como um fator decisivo pelo próprio protagonista do lance capital. O ex-zagueiro Pinga, figura central daquele embate, admite abertamente que sua manobra dentro da área induziu a arbitragem a uma marcação que culminaria no gol do título.

A dinâmica da final favorecia o Inter, apesar da derrota por 2 a 1 no primeiro jogo, no Rio de Janeiro. O gol qualificado fora de casa conferia aos gaúchos a vantagem de um triunfo simples por 1 a 0 no jogo de volta. O palco estava montado para uma celebração no Gigante da Beira-Rio, com a presença de 45.777 apaixonados torcedores.

O Lance Decisivo que Moldou uma Conquista Histórica

A confiança inicial, no entanto, deu lugar à angústia à medida que o tempo passava sem que o gol salvador surgisse. O relógio avançava para os 38 minutos do segundo tempo, e a aflição tomava conta das arquibancadas e do campo. Foi então que, em um momento de pura intuição, Pinga , um zagueiro de ofício, decidiu se aventurar na área adversária em uma cobrança de falta pelo lado esquerdo.

A premonição era forte, a ponto de ser verbalizada. "Falei para o Maurício: 'me acompanha que vou fazer o gol??, recorda o ex-jogador em entrevista. Aquele instante, segundo ele, foi um divisor de águas, um esforço para reanimar companheiros que sentiam o peso da frustração iminente, mesmo após tamanha dedicação.

A jogada se desenrolou: Luciano cobrou a falta, Pinga dominou a bola e, ao tentar se desvencilhar de seu marcador, o lateral Lira, caiu na área. O árbitro José Aparecido de Oliveira não hesitou e assinalou a penalidade máxima. A reação imediata dos jogadores cariocas, que cercaram o juiz em protesto veemente, não foi suficiente para reverter a decisão, que se manteve inabalável.

A Confissão do Herói: O VAR e o Legado de 1992

A cena daquele pênalti ainda ressoa na memória de torcedores de ambos os clubes, gerando o eterno debate: foi legítimo ou não? O próprio protagonista, com a perspectiva do tempo, aborda a questão com uma franqueza que desarma qualquer discussão. Em seu atual papel no departamento de relacionamento social do Internacional , Pinga compartilha abertamente os detalhes daquele momento.

Hoje faço parte do departamento de relacionamento social do Internacional e temos a possibilidade de viajar pelo país e ter o contato com o torcedor. Na intimidade, falo que, felizmente para o Inter, não tinha VAR à época.

A sinceridade do ex-zagueiro, permeada por uma pitada de humor, revela não apenas a astúcia da jogada, mas também a dimensão emocional que antecedeu o gol. Com a penalidade confirmada, restava convertê-la. No entanto, um novo dilema se impôs: quem assumiria a responsabilidade de uma cobrança tão crucial?

Tensão Máxima: Os Bastidores da Cobrança Fatal

A resposta não foi óbvia. Os cinco principais batedores da equipe colorada, surpreendentemente, não se manifestaram. A bola estava nas mãos de Célio Silva, outro zagueiro. Pinga , então, interveio, com um apelo que ia além da técnica: "Falei para pensar na esposa e filhas que estavam na arquibancada e fazer o gol. Virei e comecei a caminhar em direção ao Gato Fernández (goleiro)."

Enquanto Célio Silva se preparava para o momento de sua vida, a catimba do Fluminense se intensificava. Lira e Souza, os defensores adversários, cavavam o gramado no ponto da marca do pênalti, numa tentativa clara de desestabilizar o cobrador. Jefferson, o goleiro tricolor, também contribuía para a tática, afastando a bola do local da cobrança, buscando quebrar a concentração de Célio.

Pinga , por sua vez, aguardava o desfecho com o coração na mão. Nervoso, ele se entregou à fé, orando sem fixar o olhar no companheiro de zaga. Seus olhos estavam voltados para a arquibancada, na esperança de decifrar o resultado pela reação da torcida. A vibração significaria o gol; o silêncio e a tristeza, o erro.

Esperei a reação do Beira-Rio. Se vibrar, converteu. Se ficar em silêncio, for um clima de tristeza, saberei que errou. O Célio tinha uma cobrança muito forte. No treino, sempre batia na arquibancada. Tudo isso passou pela minha cabeça.

O Reencontro de Gigantes: Ecos de um Passado Glorioso

A angústia de Pinga durou até os 41 minutos. Célio Silva, com frieza, bateu rasteiro e no meio do gol. A bola balançou as redes, e o Beira-Rio explodiu em um delírio coletivo. A vibração da torcida e dos jogadores culminou na festa com a taça, marcando para sempre a primeira Copa do Brasil do Internacional .

Agora, passadas mais de três décadas, as duas equipes se reencontram na Copa do Brasil, em uma fase mais inicial do torneio, mas carregando consigo as memórias e os ecos daquela final histórica. Inter e Fluminense se enfrentarão novamente no Beira-Rio, revivendo uma rivalidade que, em 1992, foi definida por um lance que, hoje, seria objeto de intensa análise do VAR.

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Igor

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Comentado em 29/07/2025 09:30 Pinga fez história, e o VAR só ajudaria a gente!
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Comentado em 29/07/2025 07:20 Slk, essa final foi braba demais, Inter é gigante!
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